28 de março de 2024
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Geller ainda espera colheita recorde de 195 milhões de toneladas

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O ministro da Agricultura, Neri Geller, se mostrou confiante em relação à safra de grãos de 2014, nesta quinta-feira. Ele disse que espera, com base em uma "expectativa não oficial", que a safra de produtos como soja e milho contribuam para alcançar o recorde de 195 milhões de toneladas na safra que se encerra em junho. "Em Mato Grosso e Goiás há uma grande expectativa com a segunda safra (plantada no início do ano) e com o aumento das chuvas", afirmou. Estima-se que em Mato Grosso, cuja previsão atual é de colheita de 15,6 milhões de t de grãos, a safra possa saltar para entre 17 milhões e 19 milhões, só com as chuvas dos últimos dias, justificou Geller.

A previsão do ministro contraria dados do oitavo levantamento sobre a safra 2013/2014 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado hoje. A estatal avalia que a safra deva alcançar 191,2 milhões de toneladas de grãos em 2014. Segundo o presidente da estatal, Rubens Rodrigues dos Santos, a colheita "está praticamente encerrada em todos os Estados". De acordo com Santos, o próximo levantamento não deve sofre grandes alterações. "O ministro (da Agricultura) é muito otimista, ele diz que todo dia olha para cima e pede para São Pedro mandar chuva para alguns Estados, e ainda acredita em 195 milhões de toneladas. Mas nós trabalhamos com a produção de 191 milhões de toneladas", disse.

Geller entrou na provocação, afirmando que está "meio em contato com ele (São Pedro)" e que as chuvas levaram os produtores a esticarem o período de plantio. "O setor e as entidades que o representam estão animados nesse sentido (de aumentar a previsão de safra)", avaliou. "também em virtude de alguns gargalos de logística, que estão sendo resolvidos e acabam reduzindo um pouco o custo, os produtores acabaram avançando um pouco fora da janela ideal de plantio", acrescentou.

Conforme Geller, no Centro-Oeste, onde se conclui o plantio no máximo até o fim de fevereiro, os produtores semearam até o dia 10 de março. "Com a expectativa de parte da produção de milho sair pelo trecho da BR-163 (em Mato Grosso), o custo foi reduzido e, consequentemente, (o produtor) pode correr um pouco mais de risco. Isso acabou dando certo e pode favorecer um crescimento na produção", considerou. Apesar do otimismo, o ministro disse que a estimativa é pessoal. "É uma expectativa que eu tenho, mas não é oficial", reforçou.

Fonte: Estadão Conteúdo