A experiência de 18 anos dando aulas, aprimorando os conhecimentos, debatendo e aguçando a visão crítica dos alunos, no exercício dos diversos papéis de uma educadora responsável, faz de Meire Maria Barbosa uma pessoa pronta para assumir novos desafios. E de tanto ouvir essas avaliações, quase sempre com palavras de incentivo para ampliar sua parcela de contribuição com a evolução da sociedade, ela decidiu aceitar as novas caminhadas para além de educadora.
Formada em Geografia e pós-graduada também pela Universidade Federal (UFMS), Meire é professora concursada das redes Estadual e Municipal de Ensino, além de fundadora do Projeto "Educar Além da Escola Viva", isso lhe confere a experiência em projetos de inclusão social.
A Professora Meire — como gosta de ser chamada — é pré-candidata pelo Solidariedade e conta nesta entrevista o que a motiva e o quê pretende realizar caso conquiste o mandato. O foco na Educação é um apelo natural e destacado em sua vida, mas há outras bandeiras. A decisão de disputar uma cadeira na Câmara de Vereadores não veio somente de um conceito de afirmação de gênero, mas de um contexto amplo de justiça e direitos na sociedade, garante Meire.
A educadora lança seu olhar em múltiplas direções relacionadas às aspirações e inquietações sociais e econômicas, como as demandas dos direitos humanos, do conhecimento, da defesa dos elementos mais afetados pela violência e pelo preconceito, incluídos os animais e o meio ambiente. E em todos esses itens ela encaixa sua visão futurista de uma cidade em que as pessoas tenham oportunidades amplas e iguais e o poder público seja um efetivo tradutor da vontade popular.
MS NOTÍCIAS:
— De onde vem a vontade de ser vereadora?
MEIRE:
— Da consciência que tenho de que cada pessoa deve fazer sua parte na construção da solciedade em que vive. Enquanto educadora vejo a carência de serviços públicos prestados a população . Sei que há possibilidades de construir uma sociedade mais justa e igualitária com a participação de todos, onde as pessoas possam usufruir de serviços públicos com atendimento e infraestrutura de qualidade.
MS NOTÍCIAS:
— Quais são as prioridades a defender na Câmara?
MEIRE:
— Irei defender o mais amplo acesso do povo à educação de qualidade e profissionalizante em todos os níveis, a democracia, a fiscalização do Executivo, os direitos da mulher e de todos os segmentos mais atingidos pela violência e pelo preconceito. E nesse contexto defender também os animais e o meio ambiente, lutando por um modelo sustentável e humano de desenvolvimento.
MS NOTÍCIAS:
— O quê aprova e desaprova na atual gestão da cidade?
MEIRE:
— Desaprovo as péssimas condições de trabalho do professor na rede municipal. Salas superlotadas, perda do adicional de difícil acesso e, principalmente, a falta de incentivo à carreira do Magistério. Na saúde ainda convivemos com os postos em condições precárias, faltando médicos e remédios. Falta incentivo aos jovens no primeiro emprego e há desinteresse das autoridades na construção de hospitais veterinários públicos. E este é um dos graves problemas de saúde pública. E é preciso que todos levantem a voz, com vigor, contra a onda do feminicidio. Não só na ação repressiva das polícias, mas também no apoio psicológico, social,e familiar e econômico.
MS NOTÍCIAS:
— Qual sua avaliação sobre os direitos humanos no País e na cidade?
MEIRE:
— A Constituição é precisa e objetiva ao conceituar que democraticamente somos todos iguais e que, quando os direitos das pessoas são negados, elas deixam de ter a cidadania no sentido amplo da palavra. Isso afronta o artigo 1º, que define: todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos.
MS NOTÍCIAS:
— O que deve ser feito pelo poder publico municipal para corrigir os erros, aprimorar os acertos e garantir soluções duradouras?
MEIRE:
— Realizar uma gestão estratégica, participativa, transparente e honesta, na qual o planejamento das ações, o combate ao desperdício e à corrupção e a valorização dos servidores sejam as principais diretrizes conceituais da administração. E na gestão participativa, o protagonismo da sociedade organizada, da Câmara Municipal e dos conselhos precisa ser, de fato e de direito, reconhecido, respeitado. Por isso, sem desmerecer ninguém, entendo que a capital está precisando de um modelo inovador e bem diferente de representação política. Os métodos que vigoram hoje são antigos, vencidos, estão esgotados.