25 de abril de 2024
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CORONAVÍRUS

Agentes de Saúde da Capital se dizem privilegiados ao receber vacina

Profissionais receberam primeira dose na 5ª-feira (21.jan), comemoram e dizer ser preciso lutar contra a desinformação

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Os agentes de Saúde de Campo Grande comemoram o recebimento da primeira dose da vacina Coronavac. No bairro Zé Pereira, os agentes foram imunizados na 5ª-feira (21.jan.21), e além de comemorar, se disseram privilegiados em poder estar se imunizando contra o Coronavírus “Somos de fato privilegiados”, explicou Igor Matheus, de 26 anos, que atua na Unidade de Saúde da Família Jurandir de Castro Coimbra, no Jardim Zé Pereira.

“É uma grande satisfação e privilégio fazer parte desse grupo inicial. Essa manifestação serve de alerta a toda a população, no reforço a prevenção e a crença de que a vacina, são as únicas alternativas viáveis de combate ao Coronavirus”, destacou o profissional. 

Veja o momento que Igor recebeu a primeira dose: 

Segundo Igor, que trabalha visitando as residências da população. A desinformação causa espanto nas pessoas. “Infelizmente, a desinformação propagada muitas vezes pela internet e pôr sem qualquer especialidade na questão, tem levado pessoas a evitar a vacinação, quando a mesma estiver à disposição”, opinou.

Igor Matheus, de 26 anos, trabalha há 5 anos como Agente Comunitária de Saúde em Campo GrandeIgor Matheus, de 26 anos, trabalha há 5 anos como Agente Comunitário de Saúde em Campo Grande. Foto: Divulgação

O profissional de Saúde defendeu uma força tarefa para combater a prática de desinformação para que assim a população tenha a verdade sobre a imunização. “Temos que colocar combater a desinformação. A vacina é o principal passo de ampliação dos mecanismos de defesa e combate ao vírus”, finalizou.

A Agente Comunitária de Saúde, Sandra Rios, de 47 anos, destacou que receber a vacina para ela foi um sinal de esperança. “A imunização trouxe a Esperança, a expectativa de que a rotina seja menos agressiva, onde possamos respirar mais leves e seguros, e que talvez tenhamos um amanhã sem interrupções abruptas”, disse. 

Sandra Rios Essa é Sandra Rios, de 47 anos, Agente Comunitária de Saúde em Campo Grande. Foto: Reprodução 

Os poderosos, destoam da Ciência ao defender o uso de medicamentos sem comprovação cientifica, e ao revés, se posicionarem contrários a vacinação.

Ontem o presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer que as vacinas contra o coronavírus não têm comprovação científica. A afirmação, em conversa com a imprensa no Alvorada, ocorre no dia em que está prevista a chegada de uma carga de 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Universidade de Oxford produzida na Índia, principal aposta do governo federal para imunizar a população.

Tanto a vacina de Oxford quanto a CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, foram testadas em três fases até receberem a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ainda que essa autorização seja para uso emergencial, ao conceder a autorização a agência reconheceu a eficácia cientificamente comprovada dos imunizantes.

O presidente, no entanto, expressou uma visão diferente. E mentiu ao dizer que a vacina emergencial, não tem a aprovação dada pela Anvisa. "O que eu tenho observado é que ainda tem muita gente que tem preocupação com a vacina. Deixo bem claro: ela é emergencial [sic]. Eu não posso obrigar ninguém a tomar a vacina. Um governador falou um tempo atrás que ia obrigar. Eu não sou inconsequente a esse ponto", disse Bolsonaro. "Ela tem que ser voluntária, afinal de contas não está nada comprovado cientificamente com essa vacina”, defendeu o chefe do executivo federal. A visão do político cria temor na população.

Segundo Fernanda Kelly Machado, de 40 anos, também Agente Comunitária de Saúde em Campo Grande, que já recebeu a primeira dose, há um movimento ‘anti vacinas’ que descontrói a autoridade médica. “As vacinas são essenciais...Os movimentos anti vacinas vêm ocasionando a desconstrução progressiva da autoridade médica e têm contribuindo bastante para os extremos de negação das evidências científicas. Briga política está atrapalhando o combate a essa pandemia. A vacinação continua sendo a forma mais segura e eficaz de prevenção”, explicou a profissional. 

Fernanda Kelly Machado, de 40 anos, Agente Comunitária de Saúde.Fernanda Kelly Machado, de 40 anos, Agente Comunitária de Saúde em Campo Grande. Foto: Divulgação 

Os agentes, são os servidores públicos da Saúde que desenvolvem atividades de promoção da saúde, de prevenção das doenças e de agravos, e de vigilância à saúde, por meio de visitas domiciliares e de ações educativas individuais e coletivas nos domicílios e na comunidade.

O MS Notícias entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau) para saber quantos Agentes de Saúde serão imunizados nesta primeira etapa na Capital. Mas até a publicação desta reportagem a reposta a pergunta do site não foi respondida pela assessoria da Sesau.

PRÓXIMOS PASSOS

Ainda vai contar com o sistema drive-thru que foi muito eficiente na descoberta de novos casosAinda vai contar com o sistema drive-thru que foi muito eficiente na descoberta de novos casos. Foto: Divulgação 

As estratégias previstas dentro do Plano Municipal de Vacinação contra a Covid-19 de Campo Grande foram detalhadas ontem, 6ª-feira (22.jan.21), pelo secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, na Câmara Municipal.

O ginásio Guanandizão deverá ser utilizado para a montagem de um Polo de Imunização, e um drive-thru será instalado no Parque Ayrton Senna, no Aero Rancho. O local, inclusive, foi utilizado no ano passado para a implantação de um Polo para atendimento e testagem de pacientes com suspeita de Covid-19. As formas de acesso, identificação e agendamento prévio serão divulgadas posteriormente.

As aplicações seguem estratégias determinadas pelo Ministério da Saúde, que definiu os grupos de risco que receberão as primeiras vacinas.  Na primeira fase, serão vacinados trabalhadores da saúde, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas) e população indígena aldeada. Na segunda fase, é a vez das pessoas de 60 a 74 anos.

Em seguida, na terceira fase de imunização, pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da Covid-19 (como pacientes com doenças renais crônicas e cardiovasculares). E, por fim, professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade.