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INTERNACIONAL

Bolsonaro elogia Putin e pode "assumir dores" em conflito armado

Rússia vive tensão militar com país vizinho

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta 5ª-feira (27.jan.2022) que o presidente russo Vladimir Putin é “conservador” e “gente da gente”. O elogio ao gesror Russo acontece em meio a uma tensão entre Ucrânia e os russos que pode desencadear um conflito armado. Indo ao país, Bolsonaro pode assumir "as dores" e mostrar que está ao lado da Rússia.  

Bolsonaro deve viajar entre os dias 14 e 17 de fevereiro. “Ele [Putin] é conservador sim. Eu vou estar mês que vem lá, atrás de melhores entendimentos, relações comerciais. O mundo todo é simpático com à gente”, disse em conversa com apoiadores nesta manhã, em frente ao Palácio da Alvorada.

O mundo está em alerta, após o conflito entre Rússia e Ucrânia ter escalado de forma significativa nos últimos meses. A tensão é ainda maior do que no último pico do atrito em 2014, quando a Rússia invadiu a Crimeia e anexou o território, uma península autônoma no sul da Ucrânia.

Na época, o Brasil manteve-se distante da crise, defendendo a resolução de forma pacífica, mas sem escolher um lado. De acordo com os especialistas em relações internacionais entrevistados pela BBC News Brasil, neste novo capítulo do conflito, o país deveria seguir a mesma linha.

A razão principal do atrito é a possível entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), hipótese não aceita pelo governo russo. Criada durante o contexto da Guerra Fria, a Otan é uma aliança militar que representava um tratado de defesa mútua entre os seus países-membros e tinha como objetivo barrar o avanço do bloco socialista.

Atualmente as tropas de Putin estão posicionadas em lugares estratégicos que possibilitam um ataque. O governo russo nega a intenção de invadir o território ucraniano e afirma que as tropas que se movimentam dentro do seu país não deveriam causar alarme.

"A situação atual é de prudência. É um jogo de xadrez no qual Putin, um leitor de geopolítica bastante hábil, passa o ônus para a Otan. Ele sabe o que ele quer - manter a Rússia relativamente longe da Otan - e projeta claramente o seu poder", avaliou José Alexandre Altahyde Hage, professor de Relações Internacionais na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

A Rússia é parceira do Brasil nos bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (Brics) e um dos mercados com maior potencial de expansão.

Na 2ª feira (24.jan), o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou que a viagem da comitiva brasileiros poderia ser desmarcada, a depender da situação da Rússia e Ucrânia. “Pode ser que aconteça algo daqui para lá e ele [Bolsonaro] seja obrigado a cancelar a viagem” , disse.