20 de abril de 2024
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Bolsonaro quer reforma possível da Previdência neste ano

Presidente eleito diz que gostaria de ver 'alguma coisa' aprovada ainda neste ano. Segundo o futuro ministro da Economia, País está 'bastante atrasado' com relação à Previdência

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O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, defenderam nesta terça-feira (6) a aprovação ainda neste ano pelo Congresso de ao menos uma parte da reforma da Previdência.

Atualmente, tramita na Câmara uma proposta enviada pelo governo Michel Temer que prevê idade mínima de aposentadoria de 62 anos para mulheres e 65 para homens (para trabalhadores do setor público e privado), com regra de transição até 2042. Há exceções, como nos casos de professores, policiais e trabalhadores em condições prejudiciais à saúde.

O texto foi aprovado em uma comissão especial na Câmara, mas não chegou a ser analisado no plenário pela falta de apoio. Por se tratar de uma mudança na Constituição, precisa dos votos de ao menos 308 dos 513 deputados em dois turnos antes de seguir ao Senado. "Vamos conversar com o Temer amanhã [quarta-feira, 7]. Tem que sair alguma. Gostaríamos que saísse alguma coisa [ainda neste ano] e não é o que nós queremos ou o que a equipe econômica quer. É aquilo que a gente pode aprovar na Câmara e no Senado", afirmou Bolsonaro.

Ele fez a afirmação durante entrevista concedida ao chegar ao Ministério da Defesa para uma visita ao ministro Joaquim Silva e Luna. Segundo Bolsonaro, o que será aprovado dependerá da disposição da Câmara e do Senado. Nesta segunda (5), em entrevista exibida pela TV Aparecida, concedida na última quinta-feira (1º), o presidente eleito já havia falado sobre o mesmo assunto.

Paulo Guedes

O futuro ministro da Economia no governo Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira (6) que aprovar a reforma da Previdência ainda neste ano seria “um belo encerramento” do governo Michel Temer. Ele deu a declaração em entrevista a jornalistas após participar de cerimônia no Congresso Nacional em homenagem aos 30 anos da Constituição.

"A reforma da Previdência é algo muito importante e acho que seria um belo encerramento do governo Temer. Derrubou a inflação, fez a reforma trabalhista, o teto de gastos e a reforma da Previdência. Em dois anos, seria um governo interessante", afirmou o economista. Ele voltou a defender a urgência de se aprovar mudanças nas regras de aposentadoria e que o Brasil já está “bastante atrasado” nessa questão.

“Eu acho urgente a reforma da Previdência. Tinha defendido isso antes de ser convidado a integrar o governo. Há anos que eu falo sobre isso. Acho que estamos bastante atrasados", disse Guedes.

Forças Armadas

Durante a entrevista, Bolsonaro afirmou que, segundo Paulo Guedes, as Forças Armadas não terão recursos contingenciados no orçamento no futuro.

“Segundo Paulo Guedes, não terão mais recursos contingenciados, segundo o Paulo Guedes, tá ok? Ele que manda na economia” disse o presidente. Bolsonaro afirmou que considera justo não contingenciar recursos do Exército, Marinha e Aeronáutica.

“Nada mais justo, é um reconhecimento às Forças Armadas não contingenciar recursos que são tratados com tanto zelo por parte deles”, declarou. Segundo o presidente, “os militares terão lugar de destaque” em seu governo. Até quarta-feira, Bolsonaro terá encontros com os atuais comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.