20 de abril de 2024
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Caravana da Saúde encanta e leva jovem a seguir viagem com o projeto

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O vai e vem de quem precisa de atendimento na Caravana da Saúde vai muito além dos números de exames ou de cirurgias realizadas. O reencontro entre familiares e pacientes, que durante anos não enxergavam, emocionam e motivam mudanças de vida. Cenas de quem recuperou a visão seduziram o campo-grandense Willian Carvalho Onório, 27 anos, e fizeram com que ele largasse o emprego e deixasse a família para trabalhar na Caravana da Saúde. Desde a primeira edição, em Coxim, Willian segue viagem com o projeto que devolve qualidade de vida a muita gente.

“Eu gosto desse trabalho. Para atender os idosos, porque a maioria é idosos, é preciso ter carinho, dedicação, paciência, e isso é muito bom. Sem contar na gratidão deles. Eles são diferentes, a satisfação deles é muito grande. Eu até ganho presente direto em forma de agradecimento”, conta Willian.

Para Willian, a Caravana é um projeto que devolve a vida a muita gente. “Uma estrutura que vai além das carretas oftalmológicas e que passou por todas as regiões do Estado. É de tirar o chapéu”.

Cerca de 80 funcionários da empresa 20/20 Serviços Médicos, que terceiriza as carretas oftalmológicas, se dividem no atendimento dos pacientes. A equipe, formada em sua maioria por paulistas e baianos, também já reúne alguns sul-mato-grossenses, como Willian. “Transformar a vida desses idosos é muito gratificante. Acho que isso encanta a todos e é para vida toda. Trabalhar e ver a gratidão é bom demais, apesar de ser um trabalho bem cansativo”, disse Willian.

Grande parte dos empregados da empresa vem da Bahia, o primeiro estado a receber o projeto das carretas, em parceria com a ONG (Organização Não-Governamental) “Voluntários do Sertão”. Outros funcionários são do interior de São Paulo, de onde é o médico responsável pelas carretas itinerantes.

A estrutura de exames e atendimentos, que vão além das cirurgias oftalmológicas e já passou pelas 11 microrregiões de Mato Grosso do Sul, impressionou até mesmo aqueles que estão acostumados a viajar com as carretas pelo Brasil. “Dessa forma, como foi feito aqui, eu nunca vi. Achei incrível”, disse Claudinei Guimarães, 40 anos, coordenador de transporte e logística.

“Só aqui em Campo Grande, já chorei quatro, cinco vezes. É muito emocionante ver o paciente há 10 anos sem enxergar, sem conhecer o filho e, de repente, vendo filhos e netos. O paciente entra por uma porta, ainda cego, e sai pela outra enxergando”, disse Guimarães.

Outro funcionário, Marcelo Pedro, 37 anos, ressalta a estrutura como algo “simples” e que muda a qualidade de vida de muita gente. “Nunca tinha visto nada como esse processo. É fantástico presenciar tudo isso. A estrutura em Mato Grosso do Sul foi bem grande e atendeu muita gente”, afirmou.