18 de abril de 2024
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Queima de arquivo

Casal foi morto em queima de arquivo na aldeia, confirma delegado

Mulher foi estuprada duas vez em frente ao filho

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O casal de indígenas Osvaldo Ferreira, de 38 anos, e Rosilene Rosa Pedro, de 34, foram mortos em queima de arquivo, na Aldeia Bororó, em Dourados, na sexta-feira (7), por Gelso de Oliveira Arevalo, de 38, e Geovane da Silva Vasques, de 18.

O Setor de Investigações Gerais (SIG) chegou até os suspeitos com a ajuda de lideranças indígenas da reserva. Ambos foram presos na manhã de sábado (8), conforme informações do site Dourados News.

Eles confessaram ter matado Osvaldo e Rosilene com receio de que contassem sobre o assassinato de Felismar Benites Ortiz, de 28 anos, no dia 3 de junho, por Gelso. De acordo com o delegado Rodolfo Daltro, no início das investigações, os policiais civis perceberam que a residência do casal ficava próximo do local onde o corpo de Felismar havia sido encontrado.

“Quando fomos investigar a cena do crime, observamos que era muito próximo de onde ocorreu o crime de Felismar e surgiu a hipótese de Osvaldo ter visualizado o autor [do assassinato] e ter sido morto em uma queima de arquivo”, relatou Daltro.

Além disso, o filho do casal, um menino de 9 anos, teria presenciado toda a cena, inclusive o duplo estupro da mãe. No momento em que os suspeitos a esfaqueavam, ele conseguiu fugir e se abrigou em uma árvore, onde passou a noite.

Após a prisão dos suspeitos, Gelso confessou o homicídio do dia 3 e também a queima de arquivo. “Gelso disse que matou Felismar e estava com medo de Osvaldo denunciar ele. Com a ajuda do outro rapaz [Geovane], assassinou o homem. Os dois também estupraram a mulher em seguida e a mataram”, disse o delegado ao site douradense. 

Ao amanhecer, a criança se deslocou até a escola onde estuda e relatou aos professores sobre a morte dos pais.

A dupla foi presa em flagrante após lideranças indígenas os localizarem na região da Perimetral Norte. A polícia representará pela prisão preventiva de ambos.

FRIEZA

O delegado do 1º Distrito Policial, Gabriel Desterro, que realizou o flagrante no dia em que os suspeitos foram presos, afirmou que durante o depoimento de ambos, ficou clara a frieza como cometeram o ato.

“A crueldade impressiona, não só por todo o fato ter sido feito na presença de uma criança, mas também por ter ocorrido uma premeditação. Durante todo o interrogatório, ficou claro que o crime foi para encobrir o outro homicídio”, relatou.

Gelson e Geovane responderão por duplo homicídio e estupro nesse caso. O primeiro ainda terá que responder pela morte de Felismar Benites.  

OUTRO ASSASSINATO

Ortiz foi assassinado com golpes de madeira no rosto e na cabeça. Moradores da região encontraram o corpo boiando às margens de um lago, que fica aos fundos da reserva, na manhã de domingo (2). Inicialmente a polícia foi acionada por afogamento, mas no local descobriu-se que se tratava de assassinato.  

Próximo ao local onde o corpo foi achado, peritos encontraram pedaços de madeira com vestígios de sangue. Testemunhas relataram que viram a vítima com outras pessoas próxima ao lago bebendo bebida alcoólica.