24 de abril de 2024
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IMAGEMAGICA

Com olhares atentos, jovens de Bandeirantes e Rio Brilhante se expressam por meio da fotografia

Realidade do ambiente onde vivem é colocada em retratos, que serão expostos para comunidade escolar

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Retratar o presente para que o futuro seja melhor. Sob essa premissa, jovens estudantes dos ensinos fundamental e médio da Escola Estadual Ernesto Solon Borges, localizada em Bandeirantes (MS) puderam expressar seus anseios, vontades e visões de mundo por meio da fotografia. Os momentos colocados em imagens representam o ambiente onde vivem e unem educação, arte e a capacidade de refletir com outros olhos temas que permeiam o dia a dia dos alunos.

As atividades, que fazem parte do projeto FotoArte, começaram na última quinta-feira (23). A ação é realizada pela ONG ImageMagica, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, com apoio do Ministério das Cidades, do Instituto CCR e da CCR MSVia. O objetivo é trabalhar com crianças e jovens um olhar mais sensível e empático em relação ao mundo. Nesta semana, nos dias 27 e 28, o projeto continua no Centro Educacional Criança Esperança 2, em Rio Brilhante, na Rua Caiuás, 1123, Morada do Sol.  

Fernanda Queija é uma das educadoras que atua no projeto e conta que a ação roda o país inteiro levando oficinas de fotografia a alunos da Rede Pública de Ensino, propondo uma reflexão sobre caminhos para o futuro. Um caminhão de fotografia fica dentro da escola, onde os alunos podem entrar em uma grande câmera escura, que simula o interior de uma câmera fotográfica. Após aprenderem sobre a formação das imagens, eles são convidados a fotografar, por meio de um celular, e fazer uma legenda a respeito das imagens que registraram.

Por dia, são realizadas cinco oficinas que recebem, em média, 35 crianças e adolescentes em cada uma. “Nosso objetivo é passar um pouco da técnica da fotografia e despertar esse interesse neles. Trouxemos, ainda, temas para reflexão. Abordamos sobre a responsabilidade do ambiente em que se vive, no campo escolar, e falamos de assuntos que estão à tona e que precisam de pensamento crítico, como meio ambiente, educação, segurança, saúde, machismo, homofobia”, explica a educadora.

Com 46 anos de experiência no segmento, o fotógrafo Rachid Waqued, que realiza a cobertura fotográfica do projeto, acredita que a ferramenta é essencial para trabalhar questões sociais e que a tecnologia atual é grande aliada. “O interessante desse trabalho é fazer os alunos pensarem sobre o que eles querem mostrar dentro da escola, e o estímulo à criatividade. Pude verificar algumas fotos produzidas por eles e observei muita qualidade em termos de composição e enquadramento, e a fotografia possibilita isso, observar coisas que normalmente passam batido pelas pessoas”, elogia.

A aluna Nathali Gonçalves, de 15 anos, aproveitou a oportunidade para retratar o problema com o lixo. Para ela, deveria haver maior conscientização sobre o descarte correto, buscando a preservação do meio ambiente. “Isso nos leva a pensar sobre atitudes simples que nós mesmos podemos tomar para ajudar nossa escola e também a cidade onde moramos”. Já o estudante Mateus de Oliveira, de 16 anos, usou seu olhar fotográfico para mostrar o que sobrou de uma árvore que foi cortada. Hoje, ela faz falta aos alunos. “Antes da oficina eu não tinha muita noção de enquadramento de foto e outras técnicas. Mesmo com o celular, vi que é possível produzir fotos bonitas e que podemos mostrar algo para a sociedade”.

Para a coordenadora pedagógica da escola, Maria de Lourdes Arzamendia, as atividades extracurriculares complementam o aprendizado diário dos alunos. “Vivemos em uma sociedade imagética, e a fotografia aqui representa um objeto de sensibilização. Trazer isso para o ambiente escolar, de certa forma, é algo inovador e só tem a somar”, salienta.

Ao final das oficinas, a escola recebe uma exposição com o material produzido pelos alunos. Ela é construída em formato de lambe-lambe ou varal com todas as imagens criadas e fica aberta para a visitação de toda a comunidade, aumentando o impacto das fotografias e das mensagens criadas.

INSTITUTO CCR

Completando 5 anos em 2019, o Instituto CCR é uma entidade privada sem fins lucrativos que nasceu com o objetivo de estruturar a gestão de projetos de Responsabilidade Social apoiados há mais de 15 anos pelo Grupo CCR. Por meio do Instituto CCR são viabilizados projetos com recursos próprios da companhia e oriundos de leis de incentivo, com foco prioritário em quatro áreas: Cultura e Esporte; Educação e Cidadania; Meio Ambiente e Segurança Viária; Saúde e Qualidade de Vida. Comprometido com o desenvolvimento sustentável, socioeconômico e cultural nas regiões onde atua, o Grupo CCR se orgulha de ter levado cerca de 600 projetos para mais de 150 cidades no Brasil e no exterior, que, desde 2003, já beneficiaram 10,7 milhões de pessoas com investimentos de R$ 291 milhões em projetos estruturados.

IMAGEMAGICA

Fundada pelo fotógrafo André François, a ImageMagica tem como missão promover o desenvolvimento de pessoas utilizando a fotografia como ferramenta de transformação e empoderamento.

A ONG desenvolve ações nas áreas de educação, saúde e cultura, atuando em diferentes causas. Com a convicção de que a transformação começa pelo olhar, a ImageMagica estimula as pessoas a perceberem mais atentamente seu entorno e, com essa reflexão, mudar a si próprias e o ambiente onde vivem. Desde 1995, já foram mais de 370 mil olhares transformados com projetos realizados em 15 países.