28 de março de 2024
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Ameaças do ex

Costureira baleada 6 vezes sofria ameaças do ex e planejava se mudar de Ituverava, diz PM

Mãe diz que suspeito do crime, um ajudante de pedreiro de 18 anos, não é conhecido da família. Ele foi preso em flagrante, mas negou crime. Vítima segue internada em estado grave.

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A Polícia Civil investiga o que motivou a tentativa de feminicídio contra a costureira Edislene Nascimento dos Santos, de 27 anos, baleada seis vezes quando chegava à casa da mãe em Ituverava (SP). O suposto atirador, um ajudante de pedreiro de 18 anos, foi preso no imóvel, mas negou o crime.

G1 tentou contato com o delegado Márcio Barbosa Macedo nesta quinta-feira (10), mas ele afirmou que não comentaria o caso, pedindo que a reportagem procurasse a PM.

Segundo o capitão da Polícia Militar Helder Antônio de Paula, a vítima sofria ameaças de um ex-namorado e, por isso, planejava se mudar com o atual companheiro para outro estado. O casal viajaria nesta quarta-feira (9). Edislene foi baleada na noite de terça-feira (8).

“A mãe disse que ela tinha terminado um relacionamento com uma pessoa que estava presa. Essa pessoa há um tempo saiu da cadeia e ela estaria sofrendo ameaças. Porém, não é o indivíduo baleado, que atirou nela. Ela nem o conhece, não sabe por que ele fez isso”, afirma.

Helder diz que é prematuro relacionar o crime às ameaças que Edislene recebia. Ainda de acordo com o capitão, o suspeito estava em bar ao lado da casa da mãe da costureira. Quando ela chegou ao local e estacionou a moto na garagem, foi surpreendida pelo homem armado.“De fato, o indivíduo que atirou nega, inclusive, que tenha atirado. Ele disse que estava no bar e correu, e que a polícia atirou nele. Sobre a munição que estava no bolso, disse que alguém havia colocado ali”, conta Helder. O revólver calibre 38 usado no crime foi apreendido.

Mãe de Edislene, a costureira Marizete Bernardino de Jesus confirmou que o suspeito do crime não era conhecido da família e destacou que a filha também não tinha inimigos ou desavenças. A costureira segue internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa.

“Nem eu sei por que ele fez isso, não sei nada. Também não sei por que aconteceu isso, falei para a polícia. Graças a Deus, nunca tivemos confusão com ninguém, sou amiga de todo mundo. Não sei o que foi que aconteceu, não dá para saber, foi uma tragédia”, afirma.

Edislene foi hospitalizada em estado grave. Segundo a PM, os médicos aguardam o quadro clínico estabilizar para transferi-la a outro hospital. Marizete diz que a filha está reagindo ao tratamento e o estado de saúde é considerado estável.

O crime

O crime aconteceu na Avenida Antônio Rodrigues Santos, por volta de 21h45 de terça-feira. Segundo o capitão da PM, policiais faziam uma operação para combater o tráfico de drogas e o porte de armas em bares em Ituverava, quando ouviram o barulho dos tiros na casa ao lado.

Ao seguirem para o local, os PMs se depararam com o suspeito ainda dentro do imóvel. De acordo com Helder, o homem apontou uma arma em direção aos agentes, que revidaram e atiraram. Ele foi baleado nas nádegas e no quadril.

“Ele deu de frente com os policiais e, como estava com a arma em punho, não baixou ao comando. O policial efetuou dois disparos. Ele caiu ao solo. Foram encontradas seis munições no bolso dele. Outra equipe entrou na casa e na garagem a jovem estava caída”, diz.

Edislene apresentava ferimentos no queixo, nos braços e no abdômen. Ela e o suspeito do crime foram socorridos na mesma ambulância, e levados à Santa Casa de Ituverava. O auxiliar de pedreiro passou por cirurgia, mas já foi liberado e levado ao Centro de Detenção Provisória.

O capitão da PM afirma que o suspeito responderá por tentativa de homicídio qualificado. O feminicídio é uma das qualificadoras. A delegacia de Ituverava apura o caso.