Acusado de envolvimento em rede tráfico internacional de drogas, Odir Fernando dos Santos Correa foi condenado pela 3ª Vara Federal de Campo Grande a 51 anos de prisão. Seu irmão, Odacir Santos Correa também recebeu condenação de 14 anos, junto com mais 14 pessoas.
A denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF) chamou atenção pelo volume das ações de tráfico e lavagem de dinheiro, em especial pela ostentação da riqueza apresentada. Além da imposição de penas privativas de liberdade, os réus forma condenados a penas de multa. No caso de Odir, o valor da multa é próximo a R$ 1 milhão.
O caso integra a investigação realizada pela Polícia Federal, denominada operação Serra Nevada, que descortinou ações de grupos organizados ligados ao tráfico internacional de drogas. A rota envolvia a entrada de cocaína boliviana para o Brasil, a qual era arremessada por aeronaves em área rural do território sul-mato-grossense.
Na sequência, com uma logística bastante organizada, o entorpecente era coletado e transportado em rodovias com destino final ao Estado de São Paulo, local no qual se concentrava o núcleo criminoso dos compradores.
Durante as investigações, foram realizadas diversas apreensões de drogas, dinheiro e prisões em flagrante. No contexto geral da investigação ganham destaque uma apreensão de carregamento de mais de 427 kg de cocaína e apreensões de altas somas em dólares (num dos casos, mais de U$ 1,3 milhão).
LAVAGEM DE DINHEIRO
O comércio transnacional de entorpecentes garantiu aos membros da organização uma vida de luxo e ostentação que incluía imóveis de alto padrão e veículos importados. Além de dinheiro em espécie, joias, armas e munições, a Justiça Federal decretou perdimento de um apartamento em São Paulo e de 16 veículos, que vão desde um Fiat Pálio até uma Land Rover Vogue, avaliada em mais de R$ 200 mil. Há ainda bens que já foram a leilão, cujo valor arrecadado também está à disposição da Justiça.
Parte significativa dos lucros do tráfico de drogas foi submetida a atos de lavagem de dinheiro. Boa parte dos bens foram adquiridos em nome de terceiros com o nítido intento de ocultação de sua propriedade e de sua origem ilícita. Com o mesmo propósito de ocultação, valores foram movimentados em contas bancárias de terceiros.
A sentença não abrange todos os denunciados pelo MPF, já que alguns réus tiveram seus processos desmembrados. Com relação a essas pessoas, ainda se aguarda o desfecho do processo penal. Na condição encontram-se os réus Adriano Moreira da Silva (identificado com o principal comprador da droga em São Paulo), André Luiz de Almeida Anselmo (sócio da revenda de veículo I9, utilizada para lavagem de dinheiro), Felipe Martins Rolon e Wesley Silverio dos Santos.
ACOMPANHAMENTO CORREIO
Em junho de 2016, os delegados responsáveis pelo inquérito, Fabrício Martins Rocha e Cleo Mazzotti, obtiveram da 3ª Vara Federal de Campo Grande 20 mandados de prisão preventiva, sete de condução coercitiva, 31 de busca e apreensão e 47 de sequestro de veículos.
Foram necessários 170 policiais federais para cumprir os mandados em Campo Grande, Bonito, Bodoquena, Rondonópolis (MT), São Paulo, Guarulhos, São Bernardo do Campo e Guarujá (cidades no estado de São Paulo).
A Polícia Federal divulgou que 17 pessoas foram presas e 40 quilos de cocaína foram apreendidos, além das armas. Ao longo da investigação já tinham sido encontrados 778 quilos de cocaína, US$ 2,2 milhões e R$ 38 mil.