25 de abril de 2024
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"PASSE MANGÁ"

Governo francês dá 300 euros e jovens surpreendem com "corrida aos mangás"

Animes são exibidos há mais de 40 anos; críticos dizem que é desperdício de recursos da Cultura

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O governo francês, com o intuito de estimular a indústria cultural local, que luta para se recuperar da pandemia, criou um app que liberou para jovens de 18 anos 300 euros (R$ 1.866) para que fossem gastos em bens culturais, a garotada, no entanto, gastou cerca de 75% de dinheiro em mangás, os viciantes e ultra populares quadrinhos japoneses, que foram impulsionados pelos chamados animes. 

O termo mangá surgiu em 1814, nos hokusai mangá, que trazem caricaturas e ilustrações sobre a cultura japonesa. O mangá moderno tem influência dos cartuns ocidentais e de quadrinhos clássicos da Disney (canal 55 da Sky Pré Pago); e é basicamente uma criação de Osamu Tezuka, com Shin Takarajima (“A Nova Ilha do Tesouro”), de 1947.

“Maze Runner: Correr ou Morrer” entrou na lista de bens culturais adquiridos pelos jovens franceses. 

No Brasil os animês são exibidos há mais de 40 anos, marcados pela adesão em massa a exemplo de Don Dracula, Piratas do Espaço, Menino Biônico e Sawamu.  Mas aqui o maior fenômeno foi Cavaleiros do Zodíaco, que gerou em 1994 o boom dos desenhos japoneses que ecoa até os dias atuais.

Praticamente todas as crianças de 1990 assistiram Dragon Ball Z, da Conrad, que continua insuperável. Goku, que já era famoso pelos games e pelo animê, vendia mais de 100 mil exemplares quinzenais no auge.

O Japão, sabendo do poderio que os animes tem no mundo fez com que as Olimpíadas de 2021, em seu design tivesse animações, e assim se fez, com grandes robôs, que seguram medalhas as vitórias são anunciadas. Os quadrinhos representam cerca de 40% do que é impresso no Japão e em 2006 movimentaram mais de 4 bilhões de dólares – é o maior mercado do mundo, com cerca de 750 milhões de exemplares vendidos.

A mídia francesa diz que ao lançar o programa, o governo deu poderio ao jovens que promovem neste momento o que eles chama de “corrida aos mangás”, alimentada pelo “passe do mangá”.

Apesar de os jovens terem gostado da iniciativa, sindicato públicos de cultura da França, definiu o passe como “um truque presidencial” dotado de verbas “exorbitantes”. O projeto custou € 80 milhões este ano, e a verba deve dobrar no ano que vem, embora isso continue a representar apenas uma fração do orçamento anual de quase € 4 bilhões do Ministério da Cultura francês. Eles dizem que o governo está cortejando os votos dos jovens franceses.