19 de março de 2024
Campo Grande 27ºC

ALERTA

Humilhados: "Vai dar morte isso aí", alerta vigilante da Caixa Econômica

Rondai atenta colocar cerca de 14 vigilantes de férias, mesmo sem pagar atrasos

A- A+

A Rondai Seguranças segue sem dar respostas aos vigilantes da Caixa Econômica Federal em Mato Grosso do Sul. A empresa, perdeu o contrato que tinha junto a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), agora, tenta realocar os vigilantes que trabalhavam lá, mas para isso, segundo denúncia, quer forçar que os vigilantes da Caixa entrem de férias, mesmo sem terem recebido os atrasos. "Querem que nós deixemos o posto para dar vaga aos colegas que trabalhavam na UFMS. Agora, pergunta se a Rondai pagou o que deve? Pagou nada! Tem companheiro que está sem receber desde de novembro, se sai de férias nunca mais vê esse dinheiro aí. Aqui ao menos o salário a Caixa está pagando. A empresa quer mandar os vigilantes aqui para render quem está trabalhando para que assumam o posto, mas não pagou ninguém. Vai dar merda isso aí, vai dar morte, nós estamos todos armados aqui, com a cabeça cheia, todo mundo com dívida porque a empresa está nos humilhando", desabafou avisando um vigilante que terá o nome preservado.  

Em mais um episódio, os vigilantes pedem ajuda às autoridades e alertam que tal situação pode resultar em algo perigoso. "Estamos já humilhados aqui, só estamos nessa situação porque nos devem, porque não nos pagam e pronto? Desse jeito aí quem quer sair de férias? Ficar vendo a família passar necessidade em casa?", cobrou, revoltado outro vigilante.    

Conforme denunciam os trabalhadores, cerca de 14 vigilantes foram notificados do aviso de férias, porém, esses mesmos ainda não receberam décimo terceiro e benefícios em atraso. A Caixa Econômica Federal ainda não se pronunciou sobre a situação, em que os vigilantes dizem estarem trabalhando com equipamentos em condições precárias: entre eles, armas de fogo em estado ruim. O Ministério Público do Trabalho de MS ainda não encaminhou à reportagem, informações em torno de ações trabalhistas movidas contra a Rondai.  

O MS Notícias vem denunciando as situações acimda, em que segundo os trabalhadores, a empresa expõe a todos ao vexatório. "Ninguém nos diz nada. Agora vem com essa que vão nos colocar de férias? Ligamos lá não atendem, estão sempre ou ocupados ao telefone. Passamos esse vexame. Precisam nos pagar", cobrou outro trabalhador.

Sabendo da situação, o Sindicato dos Empregados das Empresas de Segurança e Vigilância (Seesvig/MS) enviou documento notificando à Rondai, cobrando esclarecimentos e orientando que se tal decisão fosse verídica que desistissem da medida. "Recebemos algumas denúncias de que a empresa vai liberar no dia 03/03/2021 alguns trabalhadores de férias sem devido pagamento,caso forem verídicas as denúncias, pedimos para que não seja feito, caso contrário vamos tomar as devidas providência, informando a contratante, Caixa Econômica Federal e MPT", diz documento enviado a empresa. Documento foi assinado pelo presidente da Seesvig/MS, Celso Adriano Gomes.  

A Rondai tem sua sede em Sonora, Mato Grosso do Sul, chefiada pelo empresário Juliano Zambiasi, que em entrevista ao MS Notícias negou que estivesse em situação de falência, como alertou, Celso Adriano à reportagem. 

Segundo o empresário, ele estava era comemorando de ter "pego mais um contratinho com o governo", apesar disso, perdeu o contrato com a UFMS.

A empresa de segurança de Zambiase está atuando fora de MS e foi em Mato Groso, que conseguiu contrato com o Detran-MT, para serviços de serguranças em diversos municípios. O contrato em questão tem custo de oito milhões, setecentos e setenta e quatro mil, cento e oitenta e um reais e vinte e quatro centavos e validade de 12 meses. Apesar do resultado positivo à empresa no estado vizinho, Zambiase admitiu ao MS Notícias que possuia dividas com funcionarios de segurança em MS, mas na ocasião, informou que iria honrar com as dívidas. Até hoje ainda não cumpriu o compromisso. 

O MS Notícias tentou contato com Juliano Zambiase, mas as ligações não completaram. Celso Adriano não atendeu os telefonemas.