Durante a divulgação do boletim epidemiológico do novo coronavírus, nesta quinta-feira (30) o Dr Julio Henrique Rosa Croda, infectologista da Fiocruz, disse que Campo Grande tem que adorar um lockdown o mais rápido, afirmou ainda que na semana que vem já vai ter pessoas morrendo por falta de leitos e o que foi feito a duas semanas não surtiu efeito.
“Vimos pessoas morrendo sem assistência, porque a letalidade em unidades de pronto atendimento e não queremos observar em Mato Grosso do Sul como foi em Manaus e Belém. Tem como fazer e o principal fator que está relacionado a isso é o distanciamento social, o isolamento. Não existe uma boa adesão ao isolamento aqui no Estado. E isso reflete na curva e média móvel. Nossa taxa de contágio agora é a segunda maior entre todas as capitais, perdemos apenas para Porto Alegre. É importante que sejam tomadas medidas mais duras. Em Campo Grande para mim é a pior situação, com média móvel de mortes em 25%. A capacidade de abrir novos leitos está chegando no limite e a taxa ocupação ideal é de até 80% e já chegamos a 100%. O cenário da Capital é muito preocupante principalmente no que diz respeito a leitos de UTIs”, alertou o infectologista.
Croda continuou alertando a população "E defendo que tenha lockdown. É uma opinião técnica, não pessoal. Mesmo que a gente inicie o lockdown hoje, teremos pessoas morrendo sem leitos de UTI. E as próximas semanas serão muito difíceis para Campo Grande e me preocupo bastante com o que possa ocorrer principalmente aqui na Capital. Porque estão flexibilizando, é uma situação grave”, afirmou.
O médico foi além e afirmou que o judiciário pode fazer intervenção para que seja feito um lockdown para que sejam tomadas medidas drásticas. “Não tem outra alternativa que não o lockdown”, encerrou.
Nas últimas 24 horas
Mato Grosso do Sul registrou nas últimas 24 horas, 876 novos casos de Covid-19, conforme divulgado nesta quinta-feira (30) no boletim epidemiológico do novo coronavírus. O total de infectados em MS chegou a 24.287, com registro de 357 novos casos e 15 mortes nas últimas 24 horas.
