18 de abril de 2024
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Feminicídio

Luiza Brunet será madrinha de campanha estadual contra feminicídio

Atriz e modelo sul-mato-grossense participará de caminhada na Capital

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A modelo e atriz sul-mato-grossense Luiza Brunet será madrinha da Campanha Estadual de Combate ao Feminicídio e participará da caminhada em enfrentamento a violência contra a mulher em Campo Grande, segundo informou o governador Reinaldo Azambuja, na manhã de hoje, durante o lançamento da campanha.

“Nós fizemos o convite para a Luiza Brunet e ela aceitou ser madrinha da nossa campanha. Ela já sofreu violência doméstica, já passou por isso. Ela aceitou ser madrinha e vir na caminhada contra a violência”, explicou o governador.

O tucano lembra que a Lei foi baseada na história da Isis Carolina da Silva Santos, 21 anos, que morreu vítima de feminicídio em Paranaíba.

Reinaldo explicou que no primeiro quadrimestre deste ano houve redução da violência e roubos em comparação com o mesmo período do ano passado, mas em contrapartida a violência contra a mulher (feminicidio) aumentou . “Roubos a estabelecimentos comerciais tiveram quedas de 38,3%. De latrocínio, queda de 28%, furtos, 14,8% a menos, homicídios dolosos, 13% a menos. Nos feminicídios, aumento de 8,33% e as tentativas tiveram crescimento de 100% de aumento no primeiro quadrimestre”, comentou o governador.

“Essa história de briga de marido e mulher não mete a colher é um erro. Precisamos meter a colher sim para evitar que as mulheres continuem sendo vítimas de violência principalmente dentro do lar”, acrescentou o governador.

Segundo a secretária especial da Cidadania, Luciana Azambuja, de 2015 até hoje 124 mulheres morreram de feminicídio. Desse total 164 foram vítimas de tentativa do crime, mas sobreviveram. De janeiro até hoje ocorreram 16 feminicídios em Mato Grosso do Sul, sendo que quatro foram na capital e 12 no interior. "Se desenharmos um mapa vai mostrar que 60% do Estado tem casos de feminicídios consumados e tentados", explica a secretária especial.

O presidente do Tribunal de Justiça, Desembargador Paschoal Carmello Leandro, acredita que o maior problema da violência contra as mulheres é a cultura de dominação empregada pelos homens. “A origem da violência contra as mulheres não é o álcool, desemprego, drogas e sim a cultura de dominação do homem contra a mulher. Precisamos trabalhar na causa”, explica o desembargado.

Segundo a coordenadora da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar de Mato Grosso do Sul, juíza Jaqueline Machado, o trabalho nas escolas é um diferencial para enfrentar o feminicídio e a violência contra a mulher. "Nós vemos muitos adolescentes com perfil de agressores. Eles tratam a namorada como propriedade. Estamos trabalhando em várias frentes para conscientizar e educador ", explica.

Durante o lançamento da Campanha, a Delegacia da Mulher de Campo Grande recebeu um veículo para ajudar nas ações em enfrentamento a violência da mulher.

O feminicídio, assassinato de uma mulher pelo fato de ser mulher, foi tipificado como crime hediondo em março de 2015, por meio da Lei nº 13.104, que alterou o art. 121 do Código Penal.