19 de abril de 2024
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Marco celebra 119 anos de Lídia Baís com programação gratuita

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O Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul (Marco), em parceria com o coletivo de mulheres artistas “As descendentes de Lídia”, celebra em abril os 119 anos da artista campo-grandense com programação que começa nesta quinta-feira (18.4).

A abertura será às 19 horas, com apresentação da peça “Lídia Baís: Uma Mulher à Frente de seu Tempo”, Varal de Poesias e exposição das obras de Lídia do acervo do Marco. A peça teatral é um espetáculo forte e ao mesmo tempo suave, com a psicóloga Tatiana De Conto interpretando, sozinha no palco, a artista Lídia Baís. A peça é bastante didática, contando as diversas fases da vida de Lídia, desde a vinda do pai, Bernardo, da Itália; seu nascimento, quando Bernardo tinha apenas 16 anos; quando saiu de casa para fazer seus estudos, a estada na Europa e sua fuga para o Rio de Janeiro.

A peça aborda também o acontecimento de sua interdição, seu casamento com o filho do seu advogado, a anulação do casamento, que não foi consumado, e a revogação da interdição; a volta para Campo Grande e como Lídia viveu, até os 85 anos, administrando a herança dos pais, já falecidos.

Toda a história é contada permeada de obras da artista. Alguns quadros de Lídia fizeram parte do cenário e da encenação em alguns trechos.

No dia 28, domingo, acontece a com oficina de imersão ministrada por Kim Weiss,às 16 horas, e roda de conversa às 18 horas, com Fernanda Reis e Thaís Martins. A Orquestra Sinfônica de Campo Grande encerra a programação às 20 horas, com a execução da obra musical de Lídia, que como foi gravada numa época anterior aos discos de vinil. As músicas são acervo do MIS e algumas delas foram recuperadas e reescritas pelo maestro Eduardo Martinelli.

Lídia Baís nasceu em 22 de abril de 1900 na cidade de Campo Grande/MS e aqui faleceu, em 10 de outubro de 1985. Sua produção artística delineia-se por signos que marcam uma trajetória de resistência, considerada precursora das artes plásticas de Mato Grosso do Sul. Vida e obra da artista suscitam diferentes manifestações artísticas e culturais que buscam manter viva a memória da arte feminina do estado.

Ao ressignificar a própria história, a artista aprofundou-se na reflexão sobre a família, a trajetória de vida, os assuntos de cunho espiritual que também contribuíram para que ela refletisse sua presença no mundo como mulher e artista. Suas representações pictóricas questionaram a sociedade, assim como a sociedade refletiu no seu processo criador dando origem a uma obra complexa e transgressora.           

A espiritualidade relacionada à produção artística e intelectual é uma marca importante nos trabalhos de Lídia Baís. Ainda jovem inclinou-se aos temas espirituais, pintou, compôs músicas escreveu, rezou e passou vários dias em jejum, doou parte de seus pertences aos pobres que batiam a sua porta pedindo ajuda e permaneceu por longos períodos enclausurada no ateliê pintando e compondo músicas ao piano.

Todos os eventos são abertos ao público e com entrada franca. O Marco fica na Avenida Antonio Maria Coelho, 6000, Parque das Nações Indígenas. Telefone: (67) 3326-7449.