16 de abril de 2024
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INTERNACIONAL | MAIOR PRÊMIO DO JORNALISMO

Menina de 17 anos que filmou policial matando George Floyd ganha "menção especial" no Pulitzer

As imagens gravadas por ela foram usadas por veículos de imprensa em todo o mundo e se tornaram parte importante da acusação contra o ex-policial

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Darnella Frazier, de 17 anos, que filmou com seu celular a ação policial que resultou na morte de George Floyd, em Minneapolis, recebeu nesta sexta-feira (11.jun.2021) uma menção especial do Prêmio Pulitzer, o mais importante prêmio do jornalismo dos Estados Unidos.

No vídeo filmado por Frazier, Chauvin ajoelha-se por mais de nove minutos no pescoço de Floyd, de 46 anos. Vários populares pedem repetidamente que ele pare e Floyd diz que não consegue respirar, antes de perder a consciência.

As imagens gravadas por ela foram usadas por veículos de imprensa em todo o mundo e se tornaram parte importante da acusação contra o ex-policial Derek Chauvin, considerado culpado pela morte e cuja sentença será conhecida em 16 de junho.

A jovem testemunhou no julgamento, dizendo aos jurados que ela olha para seu pai e outros homens negros em sua vida e pensa sobre "como aquele poderia ter sido um deles."

Em um post em seu perfil no Instagram em 25 de maio, quando a morte de Floyd completou um ano, Frazier escreveu: “Mesmo que tenha sido uma experiência traumática que mudou minha vida, estou orgulhosa de mim mesma. Se não fosse pelo meu vídeo, o mundo não teria conhecido a verdade. Eu reconheço isso. Meu vídeo não salvou George Floyd, mas tirou seu assassino das ruas”.

Em um ano no qual o noticiário mundial foi dominado pela pandemia de coronavírus, a cobertura da morte de Floyd e dos protestos desencadeados por ela rendeu também um prêmio Pulitzer ao jornal "Minneapolis Star Tribune", na categoria Últimas Notícias, e fez com que a agência Reuters e a revista Atlantic dividissem o prêmio de Reportagem Explicativa.

A PREMIAÇÃO 

A equipe do jornal Star Tribune de Minneapolis recebeu o prémio na categoria de notícias de última hora, pela sua cobertura da morte de Floyd e as suas repercussões.

O jornal The New York Times recebeu o prémio de serviço público pela sua cobertura da pandemia do novo coronavírus.

O site BuzzFeed ganhou o seu primeiro Pulitzer na categoria de reportagem internacional pela sua cobertura dos campos de prisioneiros construídos na China para a detenção em massa de muçulmanos.

Ed Yong, do The Atlantic, recebeu o prémio de reportagem analítica por uma série de artigos "lúcida e definitiva" sobre a pandemia da covid-19.

A Reuters foi premiada na mesma categoria por uma análise da doutrina jurídica da imunidade qualificada e como esta é usada para proteger a polícia de processos judiciais.

A Associated Press ganhou o Pulitzer de fotografia factual e um fotógrafo da AP, Emilio Morenatti, recebeu o prémio de fotografia de reportagem.

"The Night Watchman", de Louise Erdrich, ganhou o prémio de ficção, enquanto "Wilmington's Lie: The Murderous Coup of 1898 and the Rise of White Supremacy", de David Zucchino, recebeu o prémio de não-ficção.

O prémio de biografia foi concedido a "The Dead Are Arising: The Life of Malcolm X", do falecido Les Payne e Tamara Payne.

"Postcolonial Love Poem", de Natalie Diaz, venceu na categoria de poesia, enquanto "The Hot Wing King", de Katori Hall, venceu na de teatro e "Stride", de Tania Leon, na música.