25 de abril de 2024
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Mesmo com condenação, PRF que matou empresário continua em trabalho interno na polícia

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Julgamento 'final' do policial rodoviário federal, Ricardo Hiun Su Moon, condenado a 23 anos e quatro meses de prisão, deve ocorrer ainda em 2019, prevê o advogado de defesa, Renê Siufi. Na sexta-feira (31), Moon recebeu o veredito de culpado pela morte de Adriano Correia Nascimento, em dezembro de 2016.

Enquanto isso, o policial segue em liberdade, como ficou durante quase todo o andamento do processo na Justiça de primeira instância. No entanto, o Ministério Público Estadual pediu a prisão imediata dele, algo que ainda será analisado pela Corte.

Conforme Siufi, o julgamento, que ocorre em uma das câmaras criminais do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, formada por três desembargadores, não deve demorar mais que um ano.

Perseguição

O advogado acredita que Ricardo Moon consiga ficar em liberdade até ser julgado novamente. Ele não vê motivos para a prisão, já que o policial ''cumpre direitinho'' todas as medidas cautelares que foram impostas para que ele ficasse solto.

Moon segue trabalhando internamente na PRF em Campo Grande. Ele precisa se recolher em casa após às 22h todos os dias, não pode andar armado nem deixar a cidade sem autorização da Justiça.  
Em relação ao pedido feito ao MPE, Siufi diz que trata-se de perseguição contra seu cliente.

''Outros réus condenados estão em liberdade e o MPE não pediu a prisão deles'', reclama o defensor.

No julgamento, Ricardo Moon foi condenado a 14 anos de prisão por homicídio qualificado contra Adriano Correia do Nascimento. Além disso, 4 anos e oito meses pela tentativa de homicídio qualificado contra Agnaldo Espinoza e 4 anos e oito mesese pela tentativa de homicídio qualificado contra Vinícius Cauã Ortiz, ambos passageiros da Hilux.   

Dia em que PRF matou empresário na Ernesto Geisel. (Foto: Luis Vilela - O Estado)

O crime

Conforme a denúncia do MPE, na manhã 31 de dezembro de 2016, o policial rodoviário se deslocava para seu trabalho, em Corumbá, quando Adriano, que estava em uma Toyota Hilux com dois amigos, fez uma conversão à direita e quase colidiu no veículo do PRF.

O acusado perseguiu a caminhonete, desceu do veículo e abordou as vítimas já na posse de sua arma de fogo, dizendo que era policial e chamou reforço.

As vítimas chegaram a descer do carro e solicitaram que o acusado mostrasse sua identificação, visto que ele não estava fardado. Diante da recusa do policial, eles retornaram ao carro e Adriano ligou a caminhonete, iniciando manobra para desviar do veículo do acusado que estava impedindo sua passagem.

Quando iniciou o deslocamento, o policial efetuou sete disparos na direção deles. Após os tiros, o veículo do empresário prosseguiu descontrolado por alguns metros e chocou-se num poste de iluminação.

Adriano morreu no local, um rapaz, que era menor de idade, saltou do carro e teve fraturas e o outro foi atingido por disparos, mas foi socorrido e sobreviveu.