23 de abril de 2024
Campo Grande 31ºC

Saúde

Oito cidades capricham no gasto em saúde, enquanto 17 investem valor vergonhoso em MS

A- A+

Relatório do CFM (Conselho Federal de Medicina) mostra que oito prefeituras sul-mato-grossenses capricham no investimento em saúde, com gasto de mais de R$ 900 por habitante durante o ano de 2017. Por outro lado, 17 cidades destinaram menos de R$ 403,37, média nacional, considerado pouco e que já é uma vergonha para o caos enfrentado pela população.

O maior investimento per capita de recursos públicos em Mato Grosso do Sul é feito pelo município de Figueirão, com R$ 1.429,61. O segundo colocado no ranking estadual ficou Jateí, com R$ 1.423,14, seguido por Taquarussu (R$ 1.421,68) e São Gabriel do Oeste (R$ 1.068,47).

Outros quatro municípios investem mais de R$ 900, que são Inocência (R$ 979,69), Água Clara (R$ 966,59), Alcinópolis (R$ 958,19) e Paraíso das Águas (R$ 930,18).

O pior investimento per capita no Estado é de Ladário, com R$ 205,18. Curiosamente, o município pantaneiro está envolvido em um dos maiores esquemas de corrupção, que levou a prisão do prefeito Carlos Aníbal Ruso Pedrozo (PSDB) e sete vereadores.

Em um caso exemplar e chocante da política nacional, os parlamentares usaram irregularidades na saúde em troca de propina e de cargos na prefeitura. Conforme o MPE, eles arquivaram a CPI da Saúde após o pagamento de mensalinho de R$ 3 mil. Estão presos por determinação do desembargador Emerson Cafure, do Tribunal de Justiça, desde novembro do ano passado.

Confira o ranking completo

O segundo pior investimento é da Prefeitura de Ponta Porã, com R$ 241,24. A cidade localizada na fronteira com o Paraguai é o quinto maior município do Estado em população e investe quase metade da média nacional, conforme o CFM.

Com menos de R$ 300, ainda fazem parte do ranking da vergonha, as cidades de Japorã, com R$ 257,92, e Anastácio, com R$ 268,72. No total, 17 cidades investem abaixo da média nacional no Estado.

No ranking estadual dos maiores investimentos per capita em saúde, Campo Grande fica em 17º lugar, com R$ 686,56. Em relação a 2016, quando o valor estava em R$ 562,17, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) em 22,12%.

Conforme o CFM, o investimento campo-grandense é o maior entre as capitais. São Paulo ficou em 2º, com R$ 656,91, seguido por Teresinha (PI), com R$ 590,71.

No entanto, o recorde em investimento na Capital não reflete em melhoria no sistema, já que a população reclama, quase diariamente, da falta de médicos nos postos de saúde e até de remédios.

Outro problema crônico é a falta de leitos nos hospitais e nas Unidades de Terapia Intensiva. O Hospital do Trauma segue funcionando parcialmente porque a prefeitura e o Governo do Estado ainda não realizaram o repasse mensal de R$ 2 milhões cada, assumido em acordo firmado em setembro do ano passado.

O gasto recorde celebrado pelos jornais e sites eletrônicos leva o contribuinte a fazer dois questionamentos. O dinheiro está sendo mal gasto ou ainda não é suficiente?