28 de março de 2024
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Reformas

Onyx reitera urgência das reformas da Previdência e tributária

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O ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, confirmado para a Casa Civil, defendeu hoje (7), mais uma vez, a urgência da aprovação das reformas da Previdência e tributária. Ele comparou o atual sistema previdenciário com um avião cuja fuselagem está furada ou um barco com o casco danificado.

Segundo o ministro, é necessário "consertar" o sistema previdenciário. De acordo com ele, não é justo deixar a Previdência atual para os filhos e netos e é preciso que o país seja capaz de criar um novo sistema.

"E aí usar o processo de reforma para trazer o que o Brasil carece, que é poupança interna. Se nós tivermos uma nova Previdência que trabalhe com conceito de capitalização, nós hoje temos mais ou menos 15,5% do Produto Interno Bruto (PIB) de poupança interna, quando atingirmos 19% teremos condição de sustentavelmente manter um crescimento de 3%. Vamos consertar o sistema atual, corrigir os privilégios, mas vamos tentar criar um sistema novo", disse. 

Lorenzoni fez a afirmação após participar de um almoço-debate do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), na capital paulista, no qual abordou o tema Propostas do Governo para o Brasil. Este foi o primeiro encontro de Lorenzoni com empresariado após a eleição de Jair Bolsonaro para presidente da República.

Investimentos

Onyx disse que a equipe econômica do governo Bolsonaro estuda mecanismos para corrigir privilégios e permitir um regime de capitalização que aumente a poupança interna. Segundo ele, o governo dará um passo para trás para que os “brasileiros possam dar muitos passos à frente".

O ministro disse ainda que o futuro governo atuará dentro da ordem constitucional, da lei e da segurança jurídica de tal maneira que o investidor internacional tenha previsibilidade. “O Brasil será o melhor país da América Latina para investir."

De acordo com Onyx, o governo vai atuar para melhorar o ambiente de negócios. Segundo ele, ontem (6), ao se reunir com os ministros, Bolsonaro disse que vai adotar todas as medidas que julgar necessárias, sem se preocupar com reeleição.

O ministro disse ainda que é imprescindível fazer as reformas para desfazer o ciclo burocrático que existe no país.

“Nós trabalhamos para simplificar, estamos analisando todas as instruções normativas, as portarias ministeriais, os decretos interministeriais, essa verdadeira praga que inferniza quem investe no Brasil para fazer uma coisa muito importante: revogar, simplificar, para quem quer empreender e criar emprego, diga que este é o melhor país da América Latina para se investir."

Trégua

Ao concluir o discurso aos empresários, Onyx pediu que a imprensa “dê uma trégua” ao governo Jair Bolsonaro, dando a entender que há uma disposição negativa na relação da mídia com a futura gestão. Pouco depois, ele se incomodou com perguntas de jornalistas durante a entrevista e interrompeu a coletiva de imprensa.

O ministro ressaltou que a oposição é necessária porque é o “contrapeso” fundamental da vida democrática e que o novo governo vai errar porque é composto por humanos.

"A oposição vai nos mostrar quando a gente erra e a gente corrige, porque humildade para isso o governo de Bolsonaro tem. O mínimo que os órgãos de imprensa têm a fazer nesse momento é respeitar a vontade popular e nos deixar pelo menos construir a nossa proposta de governo a partir de 1º de janeiro. Tudo bem, a crítica é fundamental."

Deus

Para Lorenzoni, Deus “levou para a Presidência da República” Bolsonaro contra “todas as possibilidades”. Ao descrever o presidente eleito, o ministro disse que ele era o “mais improvável dos homens” e que andou pelo país falando de família, nação, patriotismo, liberdade, propriedade, respeito aos contratos e de proteger os direitos.

“Aí estabeleceu-se uma conexão nunca vista no país. A partir da facada em Bolsonaro, enxergamos uma mobilização verde e amarela. Ressurgiu nesse país a esperança e é esta a responsabilidade que todos nós temos. Bolsonaro é o primeiro a nos relembrar cotidianamente do nosso senso de missão. Chegamos aqui e podemos mudar o Brasil, refundar as bases do Estado brasileiro."