19 de abril de 2024
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ANTES DA PETROBRAS

Postos de combustíveis da Capital aumentam diesel em 11%, diz jornal

Caminhoneiros ameaçam paralisação em maio

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Os postos de Campo Grande reajustaram o preço dos combustíveis, particularmente o óleo diesel, antes mesmo que o anúncio oficial de alta, divulgado nesta quinta-feira (18) pela Petrobras, entrasse em vigor nas refinarias. A variação no litro foi de 3,5% até 11%, em diversos pontos da Capital, segundo levantamento do Correio do Estado.

Na terça-feira, o valor máximo encontrado no litro do diesel era de R$ 3,59 e, ontem, chegou a ser visto por R$ 3,99 em revenda autorizada da Petrobras localizada na Rua Maracaju. Os aumentos foram constatados também em outros estabelecimentos como na Avenida Manoel da Costa Lima, onde o porcentual chegou a 3,5%, e no Macroanel Rodoviário, com índice de 6,5%. 

Na semana passada, o governo federal impediu o aumento anunciado pela refinaria de 5,4%, porém, depois de justificar  alteração na base de cálculo dos combustíveis, saiu hoje o índice de acréscimo, de 4,8%. 

Em nota oficial, a Petrobras informou que a base de cálculo levou em consideração os mecanismos de proteção, por meio dos derivativos financeiros, e as variações de demais parcelas que compõem o Preço Paridade Internacional (PPI), com destaque para redução recente do frete marítimo. 

PERSPECTIVAS IMEDIATAS

Na noite de quarta, a Petrobras informou ao mercado a decisão de aumentar o preço do diesel em R$ 0,10 por litro, o que implica uma variação mínima de 4,518% e máxima de 5,147%, nos seus 35 pontos de venda no Brasil. Este aumento passa a vigorar a partir de hoje. 

O resultado imediato de elevação nos preços desperta análises pessimistas do setor, como no caso do Comando Nacional do Transporte (CNT). Uma das lideranças, Ivar Schmidt analisa que novos ajustes no valor do combustível podem desencadear uma paralisação nacional, na mesma dimensão que a ocorrida no fim de maio de 2018 e, novamente, com potencial para prejudicar o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do País. “Não tenho a menor dúvida de que pode vir um novo efeito negativo para o agronegócio e para o PIB”, enfatiza. 

Com base nessas possíveis consequências, o líder da CNT alerta que o governo federal precisa trazer uma solução no menor tempo possível. “Até agora, não recebemos uma receita certa para conter o problema”, diz. A interlocução entre a categoria e o poder público está sendo feita por meio do Fórum Permanente do Transporte Rodoviário de Cargas. 

ALTERNATIVAS

Uma das alternativas defendidas pelo comando para minimizar o problema com os fretes rodoviários é a redução e a fiscalização das jornadas de trabalho dos caminhoneiros, que, de acordo com Schmidt, hoje chegam a trabalhar 16 horas corridas. Ele conta que, desde 2012, há uma lei que reduz a carga horária para oito horas de expediente. No entanto, “grandes corporações de setores como o agronegócio fazem lobby para que essa lei não seja cumprida e que se adote apenas a estratégia da oferta e da demanda”. 

Na visão da CNT, a redução na jornada de trabalho aumentaria o número de caminhões nas estradas, mas regularia a oferta de transporte e ajudaria a equalizar o valor dos fretes, o que, por outro lado, poderia elevar os custos de logística para as empresas. 

MS

O microempresário e presidente da Cooperativa Agrícola Mista de São Gabriel do Oeste, Eloir Meurer, reforça que, além do aumento nos custos para realizar o transporte, o Brasil tem um dos preços mais alto do mundo. 

“A despesa fica muito alta para quem é microempresário, isso porque temos de destacar que aqui, no Estado, teve redução na alíquota do ICMS para os combustíveis. Caso contrário, o prejuízo seria ainda maior”, observa. (Com informações do Estadão Conteúdo). 

Fonte: Correio do Estado