28 de março de 2024
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HRMS 20 anos

Saiba como mulheres vítimas de câncer de mama recobram autoestima logo após sair da mesa de cirurgia

Ministério da Saúde prevê colocação de prótese após retirada do câncer, mas o Regional é o único em MS que realiza procedimento na mesma cirurgia.

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O tratamento do câncer de mama que prevê a retirada do seio já não deixa mais mulheres mutiladas nos procedimentos realizados no Hospital Regional Rosa Pedrossian (HRMS).

O Ministério da Saúde por meio da Lei Federal 12.802/2013 prevê que as mulheres vítimas desse tipo de enfermidade tenham direito a realizar a cirurgia reparadora em no máximo dois meses por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Mas no HRMS o procedimento é realizado na mesma cirurgia, ou seja, de forma imediata.

Assim, que os médicos retiram o mioma (tumor formado a partir de tecido muscular), na mesma cirurgia são colocados os implantes com próteses de silicone.Para cumprir a determinação federal e ajudar mulheres vítimas de câncer a recobrarem a autoestima, três equipes estão habilitadas para realizar os procedimentos.

O atendimento oferecido pelo hospital vai desde o diagnóstico, passando pela cirurgia oncológica, plástica reparadora de reconstrução da mama, até a quimioterapia.  Para cumprir a obrigatoriedade o hospital adquiriu cerca de 80 próteses em 2017

.A médica cirurgiã plástica, Lucilene dos Santos Barros, – que atua em uma das equipes oncoplásticas de mama do Hospital Regional -, explica que o procedimento é bastante delicado e a cirurgia demora em média sete horas. “São duas equipes.

Primeiro faz a mastectomia, que é a retirada da mama e, em seguida, entra a equipe da cirurgia plástica. Quando você retira toda a mama não tem como fazer somente a colocação da prótese.

Então, programamos um retalho de outra parte do corpo, de músculo mais pele que passa para a região onde será colocado um implante embaixo. Fazemos a reconstrução e levantamos a contralateral. Fica faltando somente fazer uma auréola que pode ser com cirurgia ou com uma tatuagem”, explicou a médica

.Para o médico mastologista, Orivaldo Gazoto Junior, que também compõe a equipe do regional, a atuação do HR faz a diferença na vida de muitas pacientes. “A norma anterior ( Lei Federal 9.797/1999) previa que mulheres que sofressem mutilação total ou parcial de mama (mastectomia) teriam direito à cirurgia plástica reconstrutiva, mas não especificava o prazo em que ela deveria ser feita.

A determinação atual dá um prazo de dois meses. Mas aqui no Hospital Regional as pacientes demonstram mais confiança no procedimento que é realizado na mesma cirurgia. Elas conservam a autoestima e vão até mais motivadas para o tratamento da quimioterapia. Então, foi um ganho enorme para a vida delas”, pontua Gazoto.Lucilene pondera que na maioria das vezes, a cura do câncer envolve necessariamente a mutilação do corpo, o que coloca em risco a saúde psíquica da mulher.

“Elas chegam bastante fragilizadas por causa da doença. Aqui nós realizamos a colocação tanto naquelas que estão retirando o mioma, quanto nas que já estão mutiladas e aguardam na fila. As que fazem a reconstrução tardia também recobram a autoestima e a vontade de viver. Nosso objetivo é que o serviço cresça e possamos cada vez mais fazer um trabalho melhor, oferecendo mais qualidade de vida para essas mulheres”, finaliza.