29 de março de 2024
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Sob cortes e ataques UFMS é indicada como uma das melhores do mundo em ranking britânico

Mentiras espalhadas pelos filhos de Bolsonaro são desbancadas após UFMS figurar entre as melhores do mundo

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Ocupando vagas entre as 46 melhores instituições de ensino do planeta, pela primeira vez a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul é destaque, conforme noticiou o site, O Jacaré, isso se deve à investimentos aplicados em infraestrutura e contratação de professores, esses realizados nos últimos dez anos, os dados são anteriores ao governo de Jair Bolsonaro, que ao contrário de investir, cortou investimentos para instituição.

A UFMS tem 40 anos de existência, desde a sua inauguração, jamais ocupou posição tão importante, se destaca entre 2.448 unidades de ensino superior, integrando o prestigiado lugar na lista do Times Higher Education, o THE.

Conforme levantamento, o THE, avalia 13: ensino, pesquisa, citações em revistas científicas, registros de patentes e internacionalização. A UFMS ficou acima da 1.001ª e causou a euforia do atual reitor, Marcelo Turine, no cargo desde novembro de 2016.

O ranking é britânico, considerado um dos principais em todo o mundo, apesar de ganhar prestígio lá fora, aqui dentro a UFMS é sucateada e “ferida a ferro quente” com os cortes, chamado de contingenciamento por Jair Bolsonaro (PSL). No segundo semestre desse ano, quase que a unidade teve de ter aulas suspensas, devido à falta de dinheiro para pagar contas de água e luz no Campus de Campo Grande e nos interiores. Foram cortados R$ 30 milhões, agora a UFMS vive sob uma política de contenção de custos, desde que Bolsonaro assumiu o governo. 

Turine comemora UFMS no ranking das melhores do mundo: instituição está no caminho certo ao ser apontada como a 2ª melhor política de governança pelo TCU. Foto: Arquivo/O Jacaré.  

Reitor, explicou ao site, O Jacaré, que 85% dos gastos são com pagamento de pessoal, o corte feito pela instância federal automaticamente cancela bolsas e pesquisas de mais de 800 pessoas, que se veem sem continuidade dos estudos.

Em Mato Grosso do Sul, o preconceito em torno da UFMS, devido o desconhecimento real da importância das pesquisas realizadas na instituição, se dá em grande maioria pela desinformação. Apoiadores de Jair Bolsonaro, se apoiam em mentiras espalhadas pelos filhos do presidente nas redes sociais, afirmando que instituições de ensino superior públicas do Brasil, são refúgios de ‘esquerdistas’ e usuários de drogas, manobra essa que coleciona enganados por Fake News. 

Acontece que em meio as mentiras surge a verdade, e ela está nesse ranking que posiciona a Universidade de Mato Grosso do Sul, como uma das melhores do mundo, e não é a única do país, lá estão universidades públicas federais do Paraná, Pernambuco, Santa Maria (RS), Ceará e Goiás.   

E o avanço da UFMS se dá a um programa em específico, conforme lembrou O Jacaré, trata-se do Reuni, programa de investimentos lançado em 2008 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O projeto previu ampliação na oferta de vagas na graduação, melhoria da infraestrutura, ampliação dos campi, contratação de mais professores e funcionários.

O reitor, Marcelo Turine, lembrou que o número de alunos subiu em 50%, salta de 16 mil para 24 mil estudantes, as vagas ociosas caiu de 5,8 mil para 1,3 mil, dados utilizados pelo THE para posicionar a UFMS ao reconhecimento internacional. 

“Temos professores de altíssima qualidade”, destaca o dirigente. O número de docentes dobrou nos últimos 11 anos, passando de 756 em 2008 para 1,4 mil neste ano. A instituição recebeu incentivo para contratar mais mestres e doutores. Conforme o portal da UFMS, houve aumento de 60% no número de professores com mestrado entre 2008 e 2010, de 232 para 372. O de docentes com doutorado cresceu 32% no mesmo período, de 425 para 563.

“Com o Reuni, houve um salto de qualidade”, atesta o professor Marco Aurélio Stefanes, presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal (ADUFMS). Ele acredita que a chegada de professores novos e com maior qualificação, a instituição ganhou maior inserção na produção científica global.

Marco Aurélio, da ADUFMS, cortes podem refletir negativamente na instituição. Foto: O Jacaré.  

Em uma década, a instituição dobrou o número de cursos de pós-graduação, de 30 para 60. Outro ponto positivo do programa foi ampliar o número de estudantes.

Por outro lado, o dirigente sindical aponta falhas ainda na UFMS, como poucos universitários de outros países. Esse é um dos fatores que podem contribuir com maior intercâmbio cultural e científico, um aspecto presente nas maiores e mais importantes instituições de ensino superior do mundo, como Stanford, Havard e Yale, nos Estados Unidos, e Oxford, na Inglaterra.

Outro reconhecimento de que a instituição está no caminho certo é avaliação do Tribunal de Contas da União, que colocou a UFMS como a segunda melhor no País na política de governança e combate às fraudes.

Por outro lado, o temor entre acadêmicos, professores e técnicos é de apreensão. A expectativa é de que a festa da UFMS siga a risca o ditado popular de que “alegria de pobre dura pouco”.

Com a manutenção da atual política de redução de investimentos, o temor é de que os cortes tenha reflexo negativo no futuro. Com o sufocamento de recursos, sem investimentos em infraestrutura e pesquisa, a UFMS saia do ranking das melhores do mundo. “O ranking não reflete 2019”, alerta Marco Aurélio.

Turine ainda não decidiu se a UFMS vai aderir ao Future-se, programa lançado pelo Ministério da Educação neste ano. Ele disse que foram enviadas sugestões para aprimorar o programa. Somente depois, a universidade decidirá se irá ou não aderir ao novo modelo proposto por Bolsonaro.

Fonte: O Jacaré.