28 de março de 2024
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Suspeito

Suspeito de matar motorista de aplicativo a tiros é preso

Motoristas de aplicativos se reuniram em frente à delegacia e clima ficou tenso

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Suspeito de matar o motorista de aplicativos Rafael Baron, 24 anos, a tiros após uma corrida, se entregou hoja na 5ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande. Igor César de Lima Oliveira, 22, confessou o crime e disse que matou o motorista por ciúmes da esposa. Diversos motoristas fizeram protesto em frente à delegacia e o clima ficou tenso na chegada do suspeito.

Crime aconteceu na noite de segunda-feira (13), no condomínio Reinaldo Buzanneli, onde o casal morava, no bairro Campo Nobre. O motorista foi acionado para uma corrida e, ao chegarem no destino solicitado, Igor matou Rafael a tiros porque não teria gostado do fato dele ter conversado com sua esposa durante o trajeto.

De acordo com o delegado Ricardo Meirelles, desde o dia do crime a polícia fez diligência para em buscas pelo suspeito e, em negociação com o advogado, foi feita a prisão na manhã de hoje. A hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte) foi descartada e a polícia trabalha na linha de homicídio com motivação passional.

“Ele disse que o comportamento do rapaz [vítima] foi inapropriado e suficiente para ele perder o controle. Chegando no apartamento, ele correu, pegou a arma de fogo e foi lá e efetuou os disparos. Ele disse que não deu mais disparos porque tinha apenas duas munições”, explicou o delegado.

Igor foi indiciado pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil, com recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Ele prestará depoimento ao delegado na tarde de hoje e deverá ficar preso, em razão de um mandado de prisão em aberto por conta de um crime de roubo cometido em 2015.

PROTESTO DE MOTORISTAS

Motoristas de diversos aplicativos se reuniram em frente à delegacia aguardando à chegada do suspeito, que precisou de escolta policial armada para evitar que ele fosse agredido pelos motoristas. Além da indignação, eles cobram mais segurança para a categoria. 

Um dos motoristas, de 29 anos, trabalha há seis meses via aplicativo e disse que para fazer o cadastro, é necessário uma série de documentos e antecendente criminal, que tem que ser levados pessoalmente no escritório. Ele sobra que os passageiros também tenham cadastro nas empresas.

Eu continuo fazendo corridas a noite, mas de verdade, eu ando rezando com um terço no carro, porque é muita insegurança. Os aplicativos precisam melhorar em alguns pontos. Muitas vezes vai buscar um passageiro com um cadastro e quando chega é outra pessoa. Seria interessante o usuário criar um vinculo com o motorista através da mensagem e ligação. Por exemplo, vai pedir corrida para alguém no cadastro, manda mensagem avisando, explicando a situação. é atraves da comunicação que podemos ter um pouco mais de segurança", disse. 

Outro motorista, que trabalha há dois anos no app, disse que já foi assaltadoe está evitando de fazer corridas em alguns bairros. " Não sabemos quem estamos carregando, assim como os motoristas precisam tirar foto com documentação, os usuários também tinham que ter, não custa nada", afirmou.

"Estamos revoltados, essa história do Rafael tá mal contada, precisamos de mais apoio, de segurança. Tem que colocar mais exigência para o usuário, qualquer um", afirmou uma outra motorista, de 39 anos.

O CASO

O motorista foi acionado por meio de um aplicativo na noite de segunda-feira, para buscar o casal na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Leblon.

Mulher sofreu um acidente de moto, há alguns dias, e estava com uma tipóia no braço. Então, Rafael teria feito uma série de perguntas sobre o acidente, motivo pelo qual Igor teria ficado enciumado. O suspeito estava no banco do passageiro e a esposa na parte de trás.

Ao chegar no condomínio, Igor desceu rapidamente do carro e pulou a janela da casa onde mora, no mesmo momento em que a esposa ficou pagando a corrida. Rafael estava aguardando pelo dinheiro, quando foi atingido à queima roupa no braço e no pescoço.