19 de abril de 2024
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UFMS exclui 18 alunos do curso de medicina por fraudes em cotas após denúncias em MS

De acordo com Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, apenas três, dos 21 acadêmicos tiveram a solicitação do recurso aceito.

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A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) cancelou a matrícula de 18 alunos do curso de medicina após analisar que informações prestadas por eles para ingressar na instituição por meio de políticas de cotas eram falsas, após uma série de denúncias de fraudes.

De acordo com a UFMS, 23 estudantes tiveram que se apresentar no dia 25 de janeiro à Banca de Verificação da Veracidade da Condição de Cotista da universidade, que analisou as informações das documentações apresentadas durante a matrícula.

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul exclui 18 acadêmicos do curso de medicina. — Foto: Fernando da Mata/G1 MS

Segundo a UFMS, 13 dias após a análise, um resultado prévio divulgado confirmou que apenas 2 acadêmicos forneceram informações verdadeiras. Os demais puderam entrar com um recurso e o resultado final foi divulgado na última sexta-feira (15).

De acordo com a instituição, apenas três dos 21 acadêmicos tiveram a solicitação do recurso aceita. O restante dos alunos, que já estudavam na instituição, não terão permissão para realizarem suas matrículas. A UFMS ainda informou que os estudantes que perderam o recurso, alguns já no 4º semestre, poderão aproveitar as matérias caso façam outro vestibular.

De acordo com a assessoria da universidade, a denúncia foi pontual e direcionada ao curso de medicina, e havendo necessidade ou novas denúncias, a instituição tomará as medidas administrativas cabíveis.

Denúncias

No dia 13 de novembro de 2018, o jornalismo da TV Morena conversou com acadêmicos do curso de medicina da UFMS que denunciaram possíveis irregularidades na concessão de vagas no sistema de cotas nas universidades públicas. Na ocasião, documentos apresentados pelos cotistas foram reavaliados.

A lei de cotas garante uma reserva de 50% das matrículas por curso para alunos de escolas públicas, negros, pardos, indígenas, deficientes ou com renda familiar baixa. Para concorrer às vagas, os inscritos precisam comprovar a necessidade. Essa burocracia é necessária para assegurar a vaga a quem tem direito.

À época, de acordo com a UFMS, o processo era feito ao longo do semestre, mas muitos documentos foram considerados inconsistentes. Por isso, a pró-reitoria avaliou os comprovantes e afirmou que a partir de 2019, seria diferente.

A Procuradoria Regional do Cidadão do Ministério Público Federal (MPF) informou que supostos problemas envolvendo inscritos nas cotas no processo SISU 2017 para as vagas de medicina foram investigados e arquivados, como já havia acontecido em um processo semelhante arquivado em maio de 2016.

Ainda de acordo com a Procuradoria Regional do Cidadão, novos relatos de irregularidades podem ser encaminhados ao MPF por meio de representações na sala de atendimento ao cidadão.