23 de abril de 2024
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Caso salário não seja pago hoje, enfermeiros da Santa Casa entram em greve amanhã

Salário de janeiro deveria ter sido pago na última sexta-feira

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Com salário de janeiro atrasado, os enfermeiros da Santa  estudam a possibilidade de entrar em greve. Hoje por volta das 6h30, o Siems (Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem de Mato Grosso do Sul) promoveu uma assembleia com os profissionais e às 12h30 se reúnem novamente na Santa casa para discutir a greve que deve acontecer a partir de amanhã.

Segundo o presidente do Siems Lázaro Antonio Santana, a greve deve acontecer porque o presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande) Wilson Telsenco afirmou a ele hoje pela manhã que não há previsão de data para que o hospital receba o repasse da prefeitura, que está atrasado desde final de 2014, e totaliza R$ R$11.882.126,24 ao hospital. Dentro da dívida, constam partes da negociação de dívidas anteriores e repasses do governo do Estado e governo federal. 

Hoje, conforme Lázaro, existem 1200 profissionais de enfermagem na Santa Casa que trabalham em condições precárias e cumprem jornada de trabalho excessiva. "O déficit de enfermeiros na Santa Casa é de 100 profissionais, por isso, cada enfermeiro durante sua jornada ao invés de atender dez pacientes, atende 20", explica Lázaro.

A sobrecarga tem trazido problemas graves aos profissionais a Santa Casa, que acabam se afastando por problemas de saúde como depressão e problemas de coluna por conta do excesso de peso que são obrigados a carregar durante os plantões. Atualmente, existem 300 profissionais de enfermagem afastados por conta de problemas de saúde.

O salário dos profissionais de enfermagem da Santa Casa é de R$ 1.135, valor abaixo da media dos hospitais de Capital, até mesmo dos públicos, o que dificulta contratação de novos profissionais. 

Caso a prefeitura não efetua o repasse do valor atrasado à Santa Casa, não haverá como ser feito o pagamento, e sem receber até amanhã, os enfermeiros entrarão em greve, mantendo apenas os 30% de efetivo exigido por lei, o que irá prejudicar ainda mais o atendimento dos pacientes, que contarão apenas com 360 enfermeiros para atender toda demanda do hospital.