16 de abril de 2024
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'FIM DA LEI MALDITA'

Fronteira com a Bolívia é reaberta para alegria dos hermanos e alívio dos corumbaenses

"Paro" de nove dias chega ao fim com revogação da lei que permitia governo investigar patrimônio de qualquer cidadão

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Ao todo foram nove dias de paralisação nacional, mas com a revogação da lei 1386 - que permitia ao governo investigar o patrimônio de qualquer cidadão sem ordem judicial - a fronteira entre Bolívia e Corumbá foi reaberta na noite de 3ª feira (16.nov.2021). 

Antonio Chávez Mercado é presidente do Comitê Cívico de Arroyo Concepción e ressalta, em entrevista ao portal Diário Corumbaense, que o pacote de pacote de leis dentro da 1386, ainda precisa ser revogado. 

"Isso representa a luta do povo boliviano, foram quase dez dias de fronteira fechada, avaliamos de forma positiva, mas é bom ressaltar que vencemos uma batalha e não a guerra", argumenta Chávez Mercado. 

O "Paro", como ficou conhecido, foi a maior paralização da história boliviana depois dos “21 dia de Paro”, protestos de 2019 que levaram a queda de Evo Morales. Entretanto, caso todo o pacote de leis não seja revogado, o Comitê Cívico aponta que novas paralisações podem acotecer. 

"Também exigimos dois terços do Senado em votação para aprovações de leis. Caso contrário, nos reuniremos mais uma vez, para definir se iremos retornar ou não com o ‘Paro’", explicou Antônio. O prazo dado para a revogação do pacote é de sete dias.  

Conforme o portal regional, com fechamento ainda em 08 de novembro, caminhões carregados estavam parados próximo à fronteira e aguardavam a liberação. Com o tráfego retomado, controlado pela Polícia Boliviana para evitar acidentes, o movimento foi intenso logo na noite de ontem (16.nov.2021), que traz também alívio ao setor de varejo da cidade de Corumbá, que sentiram falta do peso da "moeda hermana", já que os bolivianos são responsáveis por mais da metade do movimento de vários setores.

Houve comemoração junto  ao ponto de bloqueio, no Controle Fronteiriço, e o presidente do Comitê Cívico Pró- Santa Cruz ressaltou a participação da sociedade sindical e demais setores. 

“Sabemos que uma greve por tempo indeterminado não se sustenta sem unidade e sem a participação de todos, esperamos continuar articulando com o setor sindical e o setor de transportes para continuar com a participação nas ações que se fizerem necessárias”, explicou Romulo Calvo.