A PF (Polícia Federal) e a Controladoria-Geral da União (CGU) realizam ontem a operação "Barnum", que investiga esquema de corrupção na prefeitura de Água Clara, com fraude em licitações do transporte escolar. Segundo informações da PF, 15 mandados de busca e apreensão foram cumpridos na sede da prefeitura, em um escritório de consultoria empresarial sediado em Cuiabá e de escritórios de contabilidade em Água Clara, além da zona rural de Figueirão. Até o momento, de acordo com a PF, 30 pessoas foram indiciadas pelos crimes de formação de quadrilha e fraude a licitações. Pelas informações fornecidas pela PF de Três Lagoas, a investigação iniciada em 2011 levantou o direcionamento de licitações e conluio entre empresas participantes, com desvio de recursos públicos na prefeitura de Água Clara na gestão 2008/2012, do prefeito era Edvaldo Alves de Queiroz. As provas indicam até agora que servidores públicos municipais e empresários teriam "maquiado" licitações do transporte escolar que recebiam recursos do governo federal. A investigação se concentra em dois pregões que resultaram na contratação de empresas para prestação de serviços de transporte escolar em 2010 e 2011 a um custo de R$ 3.665.391,95. Novo Escândalo A prefeitura de Água Clara pode estar envolvida em mais um escândalo. Segundo as denúncias, existem fortes indícios de que não são apenas prefeitos do PSDB, mas também membros do partido do alto escalão. Em Água Clara, por exemplo, o Supermercado Brasil, que pertencia à vice-prefeita Valéria Travain, eleita em coligação com tucanos, teve sua razão social alterada para Irmãos Marques Supermercados Ltda, que tem como um dos sócios, por coincidência, Eduardo Lima Marques, antigo gerente do Supermercado Brasil. Outro indício da máfia da merenda, é que o gerente financeiro responsável por elaborar as propostas de licitação enviadas à prefeitura é o marido da vice-prefeita. A empresa Irmãos Marques Supermercados Ltda desde janeiro de 2014 tem participado das licitações de aquisição de gêneros alimentícios em Águas Clara e sempre sai vencedora. No início, os valores eram pequenos em torno de R$ 2 mil, mas as últimas compras alcançaram a casa dos R$ 653 mil, e outra foi de R$ 16.640,20. O caso foi denunciado ao MPE (Ministério Público Estadual) que instaurou inquérito em 18 de abril de 2013 para investigar o caso. O inquérito está ainda em andamento. A Câmara municipal de Vereadores também abriu uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar se há frauda ou favorecimento nas licitações. Heloísa Lazarini