18 de abril de 2024
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Reunião entre fazendeiros e Governo Federal está prevista para esta sexta-feira

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Aconteceu ontem a reunião entre equipes técnicas do Governo Federal e fazendeiros que tiveram suas terras ocupadas por índios, no município de Sidrolândia – distante 70 quilômetros de Campo Grande. A reunião que durou mais de duas horas acabou sem acordo. O governo federal aponta que o valor a ser pago pelos 15 mil hectares é de R$ 78 milhões, enquanto os fazendeiros pedem R$ 140 milhões. O ponto de discórdia na reunião foi a indenização pelas pastagens, que representam 30% de todo o valor cobrado pelos fazendeiros para liberarem suas fazendas para a demarcação e entrega aos índios que ocuparam há mais de um ano. “Não estão querendo pagar desmatamento para formar pastagens e a forma que nossa equipe fez avaliação é correta. Isso vai ensejar outra discussão, mas o governo federal está disposto a examinar, demonstrou boa vontade”, informou o fazendeiro Ricardo Bacha, que participou junto com outros cinco produtores, inclusive o presidente da Acrisul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, da reunião. “Esse é o principal ponto porque é representativo e aí tem de discutir a parte jurídica”, acrescentou. O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, participou somente da abertura da reunião, e deixou que os técnicos e os fazendeiros discutissem com os peritos. Pelo governo federal, estavam representados técnicos do próprio Ministério da Justiça, da  AGU (Advocacia Geral da União), do Incra ( Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e da Funai (Fundação Nacional do Índio). Também participou um integrante do MPF (Ministério Público Federal). A reunião acabou sem acordo e por esse motivo uma nova reunião foi agendada para amanhã, às 9horas.  “As coisas estão muito complicadas. Existe uma visão de governo, de método de avaliação que não está batendo com que a gente fez. Foi uma tarde inteira de reunião exaustiva, cada parte mostrando sua visão. Como não conseguimos terminar isso e nos entregaram uma minuta na noite de ontem, às 20 horas, e não deu tempo de nossos advogados analisarem, nova reunião foi marcada para depois de amanhã”, revelou Bacha, que além de proprietário rural é ex-secretário estadual de Fazenda e ex-deputado estadual. Tayná Biazus