28 de março de 2024
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GEORGE FLOYD

140 jornalistas agredidos desde o início das manifestações nos EUA

118 deles foram agredidos pela polícia e 25 pelos manifestantes

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Mais de 140 jornalistas foram agredidos pela polícia ou por manifestantes desde o início dos protestos nos Estados Unidos contra a morte de George Floyd, há uma semana, revelou hoje o portal Press Freedom Tracker. Segundo o portal, 118 deles foram agredidos pela polícia e 25 pelos manifestantes.
Segundo as informações divulgadas, o total de agressões a jornalistas durante as manifestações é superior ao conjunto do registrado nos dois últimos anos (2018 e 2019).

O portal acrescenta que pelo menos 33 dos jornalistas foram detidos, como um de um diário local de Nova Jersey, o Asbury Park Press, ou a repórter fotográfica "free-lance" da AFP Bridget Bennett, em Las Vegas, já libertada, mas convocada para comparecer ao tribunal no final de julho.

"É necessário que deixem de considerar deliberadamente os jornalistas como alvos no terreno", explicaram hoje 28 associações profissionais numa carta aberta às forças da ordem.

Balas de borracha, gás lacrimogêneo, bastões e escudos de proteção têm sido utilizados "para atacar a imprensa como nunca se viu na história do país", reclamam as associações.

Em várias cidades e estados dos Estados Unidos, os líderes eleitos têm, contudo, tomado posições contra essas atitudes.

Para muitos deles, os repetidos ataques são fruto de um clima alimentado por Trump, que acusa diariamente a imprensa de mentir ou até de transformar a informação para o prejudicar.

"Quando o líder do mundo livre não respeita a imprensa, porque é que nós devemos esperar que os cidadãos também o façam?", questionou Tom Jones, do observatório de imprensa Poynter.

"Há anos que avisamos que as palavras de Trump acabarão por ultrapassar a retórica para passar a desencadear a violência", lembrou Tom Jones.

Para muitos observadores, segundo a AFP, a violência da polícia sobre vários jornalistas australianos durante a evacuação apressada da área circundante da Casa Branca antes de uma saída de Trump acabou por ditar o tom.

"É o que se espera acontecer em Tahrir (Egito), na praça Maidan (Ucrânia), ou em Teerã, mas não em Washington", escreveu, no "twitter", Sizanne Nossel, diretora da Associação PEN America.

"Felizmente, não ficamos feridos, mas, psicologicamente, não é fácil, explicou Dan Lampariello, jornalista da WBFF-TV, canal local da cadeia de televisão Fox.