24 de abril de 2024
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'EXPECTATIVA FRUSTRADA'

Adiadas as 3 milhões de doses da Janssen esperadas para hoje (14.jun.2021)

Ministério confirmou adiamento por nota e informou que não sabe quando os imunizantes estarão em solo brasileiro

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Por nota, o Ministério da Saúde informou nesta 2ª feira (14.jun.2021) que as 3 milhões de doses de vacinas da Janssen - que são fabricadas pela Johnson & Johnson -, previstas para serem entregues hoje foram adiadas.

De acordo com a pasta, dirigida por Marcelo Queiroga, o laboratório, que está encarregado inclusive de ceder o avião que transportará as vacinas dos Estados Unidos até o Brasil, não informou o motivo real do adiamento.

Em suas especificações, a vacina Johnson & Johnson é aplicada em dose única, apresentando uma eficácia global de 72%. Pelo estudo que foi realizado logo no primeiro mês de 2021, a proteção contra casos graves da doença é de 85%. Cerca de sete mil voluntários brasileiros participaram do estudo e o imunizante é encarado como uma aposta segura.

Importante ressaltar que essa é a primeira vacina aprovada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com um regime de imunização de apenas uma dose. Mesmo assim, o corpo precisa de cerca de 15 dias como prazo para produzir uma resposta imune que seja adequada.

Com uso de adenovírus, a vacina da Janssen é mais uma a utilizar um "vetor viral não replicante", tecnologia utilizada também na vacina de Oxford/AstraZeneca.

Segundo a agência de Notícias Folhapress, apesar de não ter uma data exata para informar quando as vacinas estarão em solo nacional e aguardar uma nova previsão, a entrega deve acontecer ainda essa semana.

Vale lembrar que essas doses, inicialmente, apresentavam uma data prévia de vencimento marcada para 27 de junho, entretanto a FDA (órgão regulador norte-americano) estendeu esse prazo para o quase um mês e meio, dia 8 de agosto.

Apesar disso, ainda é necessário que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concorde com o parecer da FDA que amplia o prazo de validade da vacina Janssen de três para 4,5 meses.

Ainda no sábado (12.jun.2021) o próprio Ministério da Saúde havia confirmado a entrega marcada para hoje. Segundo apurações da Folhapress, quando questionada sobre o adiamento, a responsável pelo imunizante se limitou a dizer que "segue dialogando com o Ministério da Saúde e outras autoridades locais com o objetivo de disponibilizar a vacina no país o quanto antes".

Pelo contrato firmado, o Brasil deve receber 38 milhões de doses da Janssen ainda em 2021. Num primeiro momento, as entregas não seriam feitas no sexto mês deste ano, mas estavam previstas para serem entregues entre julho e dezembro.

Diante desse prazo, o Ministério da Saúde se posicionou dizendo que, caso recebesse a vacina mais cedo, pretendia acelerar a distribuição. Havia inicialmente o plano de que essas doses ficassem apenas com as capitais, mas, frente à oferta, alguns estados relataram o desejo de distribuir para mais cidades.

Sobre o curto espaço de tempo para utilizar as vacinas, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, argumentou que o Brasil tem capacidade para aplicar até 2,4 milhões de doses ao dia, o que deixou vários estados preocupados.

"Vamos seguir o fluxo normal do PNI [Programa Nacional de Imunizações]. A questão é somente a logística para diminuir o risco de uma eventual perda das doses", disse o ministro.

Ainda em 31 de janeiro a Anvisa autorizou a aplicação dessa vacina no Brasil, sendo que a compra só foi efetivada cerca de dois meses depois. 

**(Com informações Ministério da Saúde, UOL e Folhapress)