29 de março de 2024
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História

“Aparecida do Brasil” traz um relato fiel e sem censura, diz jornalista Rodrigo Alvarez

Confira entrevista exclusiva sobre a produção do docudrama “Aparecida do Brasil”

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Aparecida é o “primeiro símbolo verdadeiramente brasileiro – nascido antes mesmo da palavra Brasil”. Com essas palavras, o jornalista Rodrigo Alvarez traça o fio condutor do docudrama “Aparecida do Brasil”, que traz um relato “fiel” e “livre de qualquer censura” sobre a história da Padroeira dos brasileiros.

“O documentário tem o grande mérito de unir a fé e a história com fidelidade e emoção na medida”, assinala o jornalista que já escreveu dois livros sobre a devoção mariana no Brasil.

Correspondente internacional da TV Globo, com mais de 20 anos de experiência como jornalista, ele conta que foi a partir da pesquisa para o livro “Aparecida” que sentiu o desejo de produzir um filme ou documentário sobre a história da santa encontrada no Rio Paraíba do Sul.

A12 – Como surgiu a ideia para o documentário "Aparecida do Brasil"?

Desde que terminei de escrever o livro “Aparecida - A Biografia da Santa Que Perdeu A Cabeça, Ficou Negra, Foi Roubada, Cobiçada pelos Políticos e Conquistou o Brasil” percebi que havia muitas histórias interessantes e que elas ficaram muito interessantes num filme de ficção ou num documentário. Escrevi o argumento para um longa metragem (guardado a sete chaves) e propus a dom Darci Nicioli, na época arcebispo auxiliar de Aparecida, que fizéssemos um documentário para os 300 anos. Mas a vida me levou a outros projetos, dom Darci foi para Diamantina e eu pensei que não teríamos o filme. Até que veio a proposta da TV Aparecida para que eu apresentasse o documentário “Aparecida do Brasil”. Foi um sonho realizado! Com a gentileza da TV Globo, que me cedeu para o projeto, levamos adiante o excelente roteiro do diretor Matheus Ruas e com sua equipe da StudioFly voltamos aos locais históricos para reviver esses trezentos anos de grandes histórias e muita devoção.

Divulgação/MKT TV
[Divulgação/MKT TV]
Produção visitou os principais lugares dessa história de fé, como o Rio Paraíba do Sul.

A12 – O que mais o surpreendeu ao reviver os fatos históricos que construíram a devoção a Nossa Senhora Aparecida ao longo da produção do documentário?

Gosto muito das histórias que revelam a devoção popular e mostram como Aparecida é uma santa brasileira. Ao revisitar cada um dos lugares que visitei seis anos atrás para escrever o livro, entrando de fato na história da santa dos brasileiros, me senti um pouco parte dela. Foi muito emocionante ter gravado nas margens e dentro do rio Paraíba do Sul, tentando entender o que pode ter passado na cabeça de João Alves, o pescador que pescou a cabeça e o corpo daquela imagem quebrada e, me permitam dizer, bastante prejudicada, no dia em que a encontraram, sem imaginar – ou será que ele imaginou? – que ela se tornaria a única rainha da história do Brasil. O documentário tem o grande mérito de unir a fé e a história com fidelidade e emoção na medida.

A12 – Os livros "Aparecida" e "Milagres" contribuíram para que você assumisse o projeto desse documentário?

“Aparecida” e “Milagres” são dois filhos queridos que me ensinaram demais sobre o fenômeno Aparecida. Tê-los escrito me permitiu passear com muita naturalidade pelas histórias que contamos no documentário. Pois ao narrar essa grande história brasileira, foi como se eu estivesse contando um pouco da minha própria história. Afinal, respiro esses temas desde 2011 quando decidi escrever o primeiro livro.

A12 – Algum fato em especial o marcou durante a produção do documentário ou mesmo a equipe?

Foi um filme feito entre irmãos. Foi imediata e muito verdadeira minha conexão com o Matheus Ruas, diretor, com o Tiago Schenk, produtor executivo, com o Aurélio Figueiredo, que conduziu o projeto, com o padre William Betônio, diretor da TV Aparecida e com toda a equipe que trabalhou no projeto. E olha que foi uma produção grande!

A12 – O que a história de Nossa Senhora Aparecida ganha com "Aparecida do Brasil"?

É o primeiro filme completo sobre a história da santa que, a meu ver, é o primeiro símbolo verdadeiramente brasileiro – nascido antes mesmo da palavra Brasil. Agora, devotos, e também aqueles que são apenas curiosos, terão um documento fiel, livre de qualquer censura, revelando os lados lindos e também os difíceis dessa história maravilhosa. O Brasil vai ser ver no filme, e vai gostar do que viu.

A12 – Até que ponto a devoção a Nossa Senhora Aparecida está presente em sua vida?

Olha... eu sempre gosto de separar meu lado católico do meu lado escritor... mas posso dizer que quando estava terminando de escrever Milagres uma estante cheia de livros caiu sobre a cama onde minha filha deveria estar dormindo. Por acaso, naquele dia, ela pediu para ficar em outro quarto. Além de muitos exemplares do livro Aparecida e Milagres, a estante tinha uma imagem de Nossa Senhora Aparecida que os padres redentoristas me deram em 2014, quando lancei o primeiro livro. Preciso dizer mais alguma coisa?

O especial "Aparecida do Brasil" produzido em parceria com o History Channel será exibido na TV Aparecida no dia 11, às 21h30, e na reprise no dia 12 de outubro, às 16h30. Não perca!