25 de abril de 2024
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PANDEMIA | DESCONTROLE

Com recordes negativos, Brasil é nação líder em óbitos por Covid-19 em 2021

No pior momento da pandemia, foi registrado ontem maior número de casos até o momento e país vive descontrole da propagação

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Segundo último balanço nacional divulgado, o Brasil registrou 2.449 mortes por Covid-19 e 98.135 casos da doença até 6ª feira (18.jun.2021). Já são acumuladas 498.621 óbitos no país em decorrência do novo coronavírus. 

De acordo com apuração (feita até às 20h) do conssórcio nacional dos veículos de imprensa, há uma semana o país mantém crescimento na média móvel de óbitos e de novos casos, além de apontar expectativas negativas para os próximo dias.

Ontem (18.jun) foi batido o recorde de novos casos - anteriormente alcançado em 25 de março, com 97.586 registros. Ainda que o Brasil não tenha de fato superado a segunda onda, os últimos dias tem sinalizado um maior crescimento de casos fatais e infectados. 

Entre os meses de março e abril de 2021, o país chegou a registrar 20 mil óbitos, e, em alguns períodos, mais de 500 mil novos pacientes. Mesmo que os casos fatais tenham diminuído, a marca nunca ficou abaixo de 10 mil mortos por semana, com o número de novos pacientes sempre acima dos 400 mil.

No começo da semana, o biólogo, pesquisador e divulgador científico, Átila Iamarino, divulgou um gráfico atualizado indicando que o Brasil é líder do ranking de mortes esse ano. Foram 293 mil mortes no período, sendo que nenhuma outra nação registrou números tão negativos. 

De acordo com dados do Imperial College de Londres, divulgados em 15 de junho, a taxa de transmissibilidade da doença novamente alcançou níveis de descontrole da propagação. O chamado "Rt" do Brasil ficou em 1,07. Isso representa que cada 100 infectados têm potencial de contaminar outras 107 pessoas.

Durante coletiva de imprensa ontem (18.jun.2021), membros da Organização Mundial de Saúde indicaram que medidas paralelas à campanha vacinal, são necessárias no momento. 

"Todos os esforços para a vacina precisam ocorrer em conjunto com o reforço de medidas de saúde pública", apontou Mariângela Simão, vice-diretora da organização. 

Em entrevista à TV 247, o epidemiologista Pedro Hallal apontou que a teoria - espalhada por Jair Bolsonaro, a partir de um falso relatório elaborado por conta própria por um auditor do TCU - de que existe uma supernotificação de casos e mortes da Covid-19, na realidade acontece em sentido oposto.

“As mortes pela Covid no Brasil estão subestimadas em cerca de 20%. Talvez agora um pouco menos, porque melhorou o sistema de notificação. A ideia de que se bota Covid no atestado de óbito para ganhar mais dinheiro é uma atrocidade, porque se acusa profissionais de saúde de inventarem uma causa de óbito. É uma tese que eu botaria no mesmo lote da terra plana e vacina que faz virar jacaré. A verdade é que as mortes estão subestimadas, não muito, em torno de 15 a 20%”, finalizou o profissional.