24 de abril de 2024
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Campos à beira de um ataque de Nervos com Marina Silva

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O presidenciável Eduardo Campos estava de muito bom humor na manhã de hoje, quando se apresentou na Amcham, a Câmara Americana de Comércio, em São Paulo. A exceção se deu num breve momento da entrevista coletiva que concedeu após transmitir aos representantes de companhias americanas e brasileiras que representa o novo na eleição deste ano. Foi quando lhe foi lembrado que sua futura companheira de chapa, Marina Silva, considerou "um equívoco" a aliança do PSB com o PSDB de São Paulo, em torno do governador Geraldo Alckmin:

- Ela não está dizendo absolutamente nada de novo. Ela disse o que sempre disse, não acrescentou absolutamente nada ao que ela disse. Não tem nenhuma novidade, repetiu, procurando, em seguida, distinguir sua posição:

- Nós somos de partidos diferentes, fizemos uma aliança, temos de respeitar uns as posições dos outros, acrescentou.

Àquela altura, o deputado Marcio França já saíra do auditório. Ele é o nome cotado no PSB para formar a chapa de reeleição do governador Geraldo Alckmin. Campos, na entrevista, procurou minimizar o peso que essa aliança causa em seu discurso nacional, mas, na prática, ele enfrenta problemas com isso.

- Formamos alianças entre os dois partidos em 15 Estados, isso é mais do que os adversários têm. Não vai ser por causa de um ou outro Estado que vamos ter problemas em nossa aliança nacional, explicou o presidenciável.

Pode ser, mas, como ele mesmo disse, não foi a primeira vez que Marina Silva manifestou publicamente uma divergência com as decisões do partido. No momento em que ambos precisam ganhar pontos nas pesquisas de opinião, a crítica mostra mais a diferença do que a união.

Aos executivos, por outro lado, Campos passou o recado de que representa "o novo" na política:

- É preciso ter coragem para mudar, afirmou, garantindo que não irá lotear o governo, em caso de ser eleito, com atendimentos de pedidos partidários.

No entanto, a adesão do PSB à chapa tucana em São Paulo, ao contrário do que defendia o grupamento Rede, de Marina, se dá exatamente na perspectiva de o chefe político partidário local ser candidato a vice-governador ou senador com o apoio do PSDB.

Do púlpito em que falou aos sócios da Amcham, como já fez o tucano Aécio Neves, em maio, Campos atacou "os governos dos últimos 20 anos", mas evitou citar a sigla PSDB como a primeira parte deste ciclo. Ao criticar a coalisão dos socialistas com os tucanos no maior Estado da Federação, Marina, para Campos, "não disse absolutamente nada de novo", mas também se pode entender que ela tocou num ponto nevrálgico da candidatura, com extensão para todo o discurso do presidenciável.

Brasil 247