O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), antecipou sua posição sobre o chamado escândalo do "petrolão", em mais uma declaração ácida, nesta quinta-feira. “No caso do mensalão, falávamos que estávamos julgando o maior caso de corrupção investigado e identificado. Agora, a Ação Penal 470 teria que ser julgada em juizado de pequenas causas pelo volume que está sendo revelado nesta questão”, afirmou.
A declaração de Gilmar é especialmente relevante porque ele, até segunda ordem, será o responsável por avaliar as contas de campanha da presidente Dilma Rousseff (PT), na corrida presidencial de 2014. “Há um certo argumento ou álibi de que isso tudo tem a ver com campanha eleitoral, mas estamos vendo que não. Esse dinheiro está sendo patrimonializado. Passa a comprar lanchas, casas, coisas do tipo”, afirmou.
Gilmar fez uma referência especial ao caso de Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras, que amealhou US$ 100 milhões em propinas e depois saiu da Petrobras para trabalhar na Sete Brasil, uma empresa controlada pelo BTG Pactual, de André Esteves. “Quando a gente vê o caso, uma figura secundária, que se propõe a devolver 100 milhões de dólares, já estamos em um outro universo, em outra galáxia”, afirmou. Um recurso do Ministério Público Eleitoral junto ao TSE tenta evitar que Gilmar seja o responsável pela análise das contas da presidente Dilma.
Karla Machado com Brasil 247