24 de abril de 2024
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Morre aos 76 anos, Alan Parker, diretor de 'The Wall' e 'O expresso da meia-noite'

Inglês, que foi duas vezes indicado ao Oscar, falaceu 'após uma longa doença', informaram representantes

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O cineasta britânico Alan Parker, diretor de filmes como “Bugsy Malone – Quando as Metralhadoras Cospem”, uma comédia de crianças gângsteres munidas de armas que disparam chantilly, e os dramas “O Expresso da Meia-Noite” e “Mississippi em Chamas”, morreu nesta 6ª-feira, aos 76 anos.

Aclamado, o diretor assina ainda títulos como "Evita". A causa da sua morte foi "após uma longa doença", como informou um de seus representantes.

Nascido em Londres em 1944, Parker iniciou sua carreira publicitária como redator, passando em seguida para direção de comerciais. Em 1984, Bafta o homenageou com o Michael Balcon Award por sua excelente contribuição ao cinema britânico. Isso foi seguido, em 2013, pela prestigiada Bafta Fellowship. No entanto, Parker, que virou cavaleiro do reino em 2002, nunca foi homenageado no Oscar, apesar de ter sido indicado duas vezes para melhor diretor, por "Mississippi" e o "Expresso".

Apontado como um dos redatores publicitários mais talentosos de Londres, Alan Parker trabalhou para a agência Collet Dickinson Pearce (CDP) na década de 1960 e no início dos 70 começou a dirigir seus próprios roteiros. Ele deixou a CDP para se tornar um diretor de comerciais em tempo integral.

No entanto, assim como os contemporâneos Adrian Lyne e Ridley e Tony Scott, Parker tinha ambições para a telona e, depois do filme de TV "The evacuees", estreou no cinema com "Quando as metralhadores cospem" (1976), um filme de gangster com crianças (entre elas, uma iniciante Jodie Foster) jogando tortas de espuma de barbear e disparando armas de mentira. Um projeto que ele mais tarde diria ao jornal "Guardian" ser "uma idéia ridícula que realmente não deve funcionar".

Mas funcionou e chamou a atenção de Hollywood, que o contratou para dirigir um roteiro de Oliver Stone, "O expresso da meia-noite" (1978), filme que lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar. Logo em seguida, o musical "Fama" (1980), sobre um grupo de estudantes de artes cênicas, apaixonou uma geração de jovens, enquanto seu trabalho subsequente, "A chama que não se apaga" (1982), veio em nítido contraste - era um drama sobre o colapso conjugal, estrelado por Albert Finney e Diane Keaton. No mesmo ano, Parker lançou "Pink Floyd - The Wall", filmagem de roteiro de Roger Waters, líder do Floyd, sobre as neuroses de uma estrela de rock, vivida pelo cantor Bob Geldof.

O diretor voltou a Hollywood com o drama da guerra do Vietnã "Asas da liberdade" (1984), estrelado por Matthew Modine e Nicolas Cage; depois disso, veio o thriller cult "Coração satânico" (de 1987, com Robert de Niro como o diabólico Louis Cyphre), e o thriller sobre a batalha por direitos civis nos EUA "Mississippi em chamas" (1988).

Adaptação de um romance de Roddy Doyle, "The Commitments" (1991) levou Alan Parker de volta aos musicais. Em 1996, ele dirigiu a cantora Madonna em uma versão cinematográfica do musical "Evita", de Andrew Lloyd Webber e Tim Rice. Em seguida, ele adaptou as memórias do irlandês expatriado Frank McCourt em "As cinzas de Ângela" (1999). Seu último longa como diretor foi "A vida de David Gale" (2003), estrelado por Kevin Spacey.

Em 2005, Alan Parker publicou o livro "Will write and direct for food", um compêndio de suas observações muitas vezes satíricas sobre como fazer filmes no Reino Unido e nos EUA. Em 2018, ele doou sua extensa coleção de roteiros e documentos de trabalho ao Arquivo Nacional do British Film Institute. Segundo uma porta-voz da família, o diretor passou a aposentadoria satisfazendo sua paixão por serigrafia e pintura. Ele deixa esposa, Lisa Moran-Parker, cinco filhos e sete netos.

Fonte: O GLOBO.