29 de março de 2024
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Desesperado, homem pede ajuda para para filho e esposa com epilepsia

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Da noite para o dia, João Antônio dos Santos, 25, passou a viver um pesadelo. Ele é casado há oito anos com Walquíria Ortiz Cardoso, 35, que sofre de epilepsia. O casal tem três filhos, um de sete anos, uma de quatro anos e uma de dois anos que está abrigada no Conselho Tutelar.

A família residia em uma casa no bairro Caiobá e recebeu ordem de despejo por não ter como pagar aluguel. Dessa forma, a família reside hoje em uma peça, que possui um banheiro “improvisado”, cedido por um pastor de igreja que está ajudando a família.

Segundo João, a família necessita com urgência de ajuda, já que neste ano, o estado de saúde de Walquíria se agravou e hoje ela tem “retardo mental” e vive como uma criança. “Ela vive hoje como uma criança, mas ela tem crises e se bate, fica nervosa e eu tenho sempre que estar por perto porque ela pode se machucar. As crianças dão muito carinho para ela, beijam abraçam ela, mas ela nem sabe quem são eles”, explica João.

Além da esposa, o filho de sete anos do casal também sofre de epilepsia e fica sob cuidados do pai. “Eu tenho que medicar eles, não quero que as pessoas me ajudem, quero que ajudem meus filhos. É muito difícil não poder dar alimento aos meus filhos, ver as crianças querendo comer e não ter o que. Isso que mais me machuca, eu nunca imaginei passar por uma situação assim, antes eu trabalhava e sustentava minha família, mas qual é o patrão que vai querer um funcionário que tem que faltar para cuidar da família. Eu tenho saúde, queria trabalhar, mas tenho que cuidar da minha família”, diz João.

A filha do meio do casal, segundo João, está com anemia e teve alergia dos remédios que foram adquiridos no posto. “Minha filha agora está com anemia em estado avançado, o médico falou que se o remédio não der efeito, terá que internar ela. Fomos dar os remédios e ela ficou com o corpo cheio de bolhas, deu reação nela e agora temos que comprar os remédios, mas não temos condições”.

Com lágrimas nos olhos, o pai relembra a vida que levava antes e faz questão de perguntar ao filho de sete anos como eram comemorados os aniversários dele. “Tinha bolo, bexiga, pula-pula, piscina de bolinha, era muito legal”, diz o menino.

João diz que luta na justiça para conseguir a guarda da filha mais nova e ressalta que acredita que o estado de saúde de sua esposa se agravou devido à falta que ela sente da filha. “Eu tenho certeza que o estado de saúde da minha esposa se agravou porque ela sente muita falta da nossa filha. Hoje ela já não se lembra mais dos filhos, mas antes chamava a todo o momento por nossa filha”.

Inconformado com a situação, João confessa que já tentou se suicidar por duas vezes, mas foi contido. “Eu já tentei me jogar na frente de um ônibus, mas não deu certo e já tentei me enforcar com uma corda, mas chegaram e me viram tentando. É desesperador meu dia-a-dia, eu não quero viver nas costas de ninguém, eu só quero poder cuidar da minha família. Não tenho preguiça de trabalhar, se eu tivesse como trabalharia, já trabalhei de dia e de noite para sustentá-los, mas se eu sair para trabalhar, quem vai ficar com eles?”.

De acordo com João, Walquíria precisa fazer três exames com urgência, um de tomografia, eletroencefalograma e uma ultrassom transvaginal, já que os médicos disseram que ela está com um mioma no útero. Isso tem uns seis meses que estamos na fila do SUS (Sistema Único de Saúde). Eu conto muito com a ajuda da população para que minha esposa faça esses exames”.

Para ajudar a família ligue 92409701.

Dany Nascimento