19 de abril de 2024
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MÉTODO WOLBACHIA

Doze milhões de mosquitos serão soltos em 15 bairros de Campo Grande

Mutantes impedirão que os vírus da Dengue, Zika, Chikungunya e febre amarela se desenvolvam

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Com o apoio da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e da Sesau, o Método Wolbachia, da WMP, inicia a partir desta terça-feira (26.out.21), a terceira fase da liberação simbólica de wolbitos mosquito Aedes aegypti com Wolbachia, em Campo Grande. Nesta fase, 15  bairros serão atendidos. O evento faz parte da Campanha de Enfrentamento a Dengue, Zika e Chikungunya 2021.

Para o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, os resultados do Método Wolbachia são extremamente animadores e representam um verdadeiro alívio para Mato Grosso do Sul, que sofre há muitos anos com a doença. "Estamos entusiasmados com os resultados deste projeto. Assim, queremos evoluir e expandir esta iniciativa para outras cidades do Estado. Nós também estamos fazendo todo o manejo para evitar o aumento de casos das arbovirores e para isso estamos fazendo a capacitação dos profissionais junto aos municípios".

Segundo o gestor da WMP/Fiocruz no Brasil, Gabriel Sylvestre, o wolbito se estabeleceu de forma positiva em Campo Grande. "Após a soltura, a gente espera que o wolbito se estabeleça, cruze e tenha filhotes com a Wolbachia. Assim, constatamos que há bairros com excelentes resultados, com índice de 60%. Isto significa que temos uma sustentabilidade em campo, fator responsável pelo sucesso do projeto. O engajamento da população em relação ao projeto também foi muito positiva".

Nesta terceira fase, mais de 130 mil pessoas serão atendidas pelo programa e espera-se que sejam liberados entre 11 a 12 milhões de wolbitos entre fevereiro a março. As regiões atendidas serão do Bandeira e do Prosa e contempla os seguintes bairros: Carandá Bosque, Vila Carlota, Chácara Cachoeira, Dr. Albuquerque, Estrela Dalva, Jardim Paulista, Maria Aparecida Pedrossian, Noroeste, Rita Vieira, São Lourenço, Tiradentes, TV Morena, Universitários, Veraneio e Vilas Boas

Estima-se que quase 20 milhões de wolbitos tenham sido soltos em mais de 30 bairros de Campo Grande nas duas fases do programa. "Na primeira fase foram 10 milhões de mosquitos liberados e na segunda fase estamos perto de completar nove milhões. É importante ressaltar que eles não foram liberados tudo de uma vez. Isto é fruto de cinco meses de trabalho intenso. Uma vez por semana os agentes de saúde liberam entre 100 a 150 mosquitos por 16 a 20 semanas. Cada fase do projeto compreende a sete mil pontos de soltura", explicou Gabriel Sylvestre.

O secretário de Saúde de MS, Geraldo Resende e o secretário Municipal de Saúde, José Mauro Filho. O secretário de Saúde de MS, Geraldo Resende e o secretário Municipal de Saúde, José Mauro Filho. Foto: Saul Schramm

O evento contou a participação do secretário Municipal de Saúde, José Mauro Filho, da secretária-adjunta da SES, Crhistinne Maymone, do assessor militar na SES, Coronel Marcello Fraiha,  além das equipe técnica da SES e da SESAU.

MÉTODO WOLBACHIA

O Método Wolbachia é resultado da descoberta do WMP de que o mosquito Aedes aegypti, quando contém a bactéria Wolbachia, tem sua capacidade reduzida na transmissão de doenças. Campo Grande foi escolhida por ser uma cidade de médio porte e vinha sofrendo com a alta incidência de Dengue e por isso foi escolhida no Centro-Oeste para mostrar que o projeto pode funcionar em diversos biomas do Brasil.

O projeto consiste no engajamento da população e depois entra a fase de liberação dos mosquitos por determinado período, cerca de 16 semanas. Esses mosquitos vão se cruzando na natureza e, com o passar do tempo, haverá uma grande porcentagem do mosquito naquela localidade com a Wolbachia, com isso esperamos ter uma redução das doenças e podemos proteger a população.

A Wolbachia é uma bactéria intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti. Quando presente neste mosquito, ela impede que os vírus da Dengue, Zika, Chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do mosquito, contribuindo para redução destas doenças. Não há modificação genética nem no mosquito, nem na bactéria.

Texto de Rodson Lima, SES

Fotos: Saul Schramm