29 de março de 2024
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ELEIÇÕES 2022

A 5 meses da eleição, Adélio Bispo pode ser liberado

Adélio deveria estar em hospital psiquiátrico, mas na falta de vaga, ele permanece no Presídio Federal de Campo Grande

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A Justiça deve decidir a partir de junho se Adélio Bispo de Oliveira, acusado de esfaquear o presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2018, pode ganhar a liberdade. Em 14 de junho, ele deverá passar por uma nova perícia médica que vai verificar se ele não é mais um homem perigoso para a sociedade.

Após as avaliações, caso o juiz responsável entenda que Adélio não sofre mais dos transtornos que o levaram à internação, ele poderá deixar a penitenciária federal de Campo Grande (MS).

O magistrado responsável pela fiscalização da internação é o juiz federal Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini, da 5ª Vara Federal da capital sul-mato-grossense.

Adélio deveria estar em hospital psiquiátrico, mas na falta de vaga, ele permanece no Presídio Federal de Campo Grande, onde foi preso preventivamente logo após o episódio.

Preso desde 6 de setembro de 2018, acusado de cometer um atentado contra o então candidato à Presidência da República que alanvancou a campanha de Bolsonaro. O ataque ocorreu no momento que p político era carregado por apoiadores num comício pelas ruas de Juiz de Fora, em Minas Gerais, quando sofreu uma facada no abdomem.

O autor do ataque foi absolvido pelo juiz federal Bruno Savino em 14 de junho de 2019. A absolvição ocorreu, pois, exames clínicos comprovaram que Adélio é inimputável. O réu não é sentenciado a uma pena, mas deve cumprir medida de segurança. No caso, a prisão preventiva foi convertida em internação, no entanto, não havia vagas em hospital. 

O magistrado aplicou a internação por tempo indeterminado enquanto não fosse verificada a “cessação de periculosidade”, o que deveria “ser constatado por meio de perícia médica” ao fim do prazo mínimo de três anos. Assim, ele poderá ser reexaminado a partir do meio do mês que vem. A própria Justiça deve definir quando serão realizados os exames.

Depois do atentado várias fake news circularam, indicando que Adélio seria filiado a partidos. No entanto, ele nunca foi filiado ao PT ou PDT. Entre 2007 e 2014, ele foi membro do PSOL, logo depois saiu.  

MENTIRAS DA DIREITA 

Em 6 de setembro de 2018 o pastor Silas Malafaia, presidente da Assembleia de Deus Vitória, twittou a mentira de que Adélio teria sido 'assessor' da campanha de Dilma Roussef, outra mentira, que não se sustentou.  

Por ser um ataque que só beneficiou Jair Bolsonaro, durante os 4 anos de sua gestão, muitos consideraram que o episódio foi uma armação, devido as investigações conturbadas da Polícia Federal e também devido ao fato de no dia do esfaqueamento, nenhuma gota de sangue ter pingado na rua em que aconteceu o ataque. 

"O pessoal tem dúvida, né? Alguns dizem que seria uma armação da minha parte… deixar bem claro ai. A faca entrou. Na hora lá, alguns dizem: não sangrou. Uma facada nessa região não sangra porque tudo vai pra dentro, né doutor?", disse, olhando para o médico-cirurgião Antônio Luiz Macedo, que o acompanha desde o atentado. A fala foi feita nos primeiros 5 dias de 2022, logo após Bolsonaro receber alta médica, de uma checagem, no hospital Vila Nova Star, em São Paulo. 

Na mesma ocasião, o presidente ainda insinuou onde queria a reabertura de investigação neste ano eleitora, fomentando a tese já negada em outros inquéritos de que Adélio faria parte de uma conspiração comunista para matá-lo.

No mesmo pronunciamento, Bolsonaro mentiu ao mencionar a suposta fala do advogado Zanone Júnior (que defendeu Adélio), que disse na ocasião ter feito a defesa de Adélio para “faturar com os holofotes de um caso supermidiático”. Umas das investigações da PF já conclui que o advogado buscava, na verdade, exposição com o caso, para reverter em mais clientes.