16 de abril de 2024
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Desgaste político

Alvo da Coffee Break, vereador desiste de disputar reeleição em 2016

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O vereador Mario Cesar (PMDB) anunciou nesta terça-feira (2) que pretende deixar vida pública a partir de 2017. Mario conversou com MS Notícias, durante abertura da primeira sessão da Câmara Municipal e confirmou que não será candidato à reeleição. “Não serei candidato a nada. Espero que esse ano seja mais verdadeiro porque Campo Grande está sofrendo muito com tudo o que está acontecendo. A esperança é a última que morre”.

O vereador, que já foi presidente do Legislativo Municipal, chegou a ser um dos nomes do PMDB cotados para ser candidato a prefeito nas eleições 2016 pela legenda. Porém, as declarações de Mario mostram os primeiros reflexos da Operação Coffee Break, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). A operação foi desencadeada após Operação Lama Asfáltica da Polícia Federal.

Com operação, a imagem pública de Mario sofreu muito mais do que arranhões. Conversas telefônicas entre o vereador e empresário João Amorim, dono da Proteco Construções Ltda, gravadas pela PF, mostram os dois discutindo possível cassação do prefeito Alcides Bernal (PP) em 2014. Em uma das conversas, Mario marca um “cafezinho” com empresário. O termo foi identificado pela Polícia Federal como codinome para “pagamento de dinheiro”. 

Com deflagração da operação, Mario enfrentou a Justiça, se tornou alvo de investigações e após revelações quanto a indícios de sua participação em um eventual esquema para cassar o prefeito Alcides Bernal (PP), o vereador sofreu grande desgaste político diante do eleitorado campo-grandense. Mario ficou afastado do cargo de vereador e presidente da Câmara por três meses em 2015, mas conseguiu retornar sob liminar, que atualmente é contestada pela Procuradoria Geral de Justiça de Mato Grosso do Sul.

Na manifestação do MPE, o Procurador Geral de Justiça, Humberto de Matos Brittes, alega que, ao contrário do que havia sido apresentado pela defesa de Mario, não há no pedido de afastamento do vereador “[...] ilegitimidade, ilegalidade ou teratologia da decisão guerreada, a qual se encontra em perfeita sintonia com a defesa dos interesses públicos envolvidos.” 

A manifestação do MPE foi apresentada nesta segunda-feira (2) e deve ainda ser analisada pelo desembargador Júlio Roberto Siqueira Cardoso. Quanto ao posicionamento da PGJ, que pede suspensão da liminar, o vereador ameniza. “Isso é normal, já aconteceu antes”.