25 de abril de 2024
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CPI do Genocídio vai buscar alternativa para resolver conflitos, diz deputada

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Com criação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Genocídio, os deputados agora correm contra tempo para escolher presidente e relator. 

Como proponente da comissão, o deputado Pedro Kemp (PT) afirma que os trabalhos da CPI devem ser feitos com responsabilidade para proteger a integridade dos índios em Mato Grosso do Sul.

“Deve ter uma cobrança muito forte em relação às mortes e maus tratos aos índios em Mato Grosso do Sul. É preciso mostrar de verdade, o que está acontecendo e a situação degradante em que eles se encontram durante anos. Os índios são tratados como indigentes e ninguém até hoje foi punido pelas mortes. Acredito que o trabalho da CPI é justamente esse, de cobrar, investigar e trazer dignidade a esse povo tão sofrido e que muitas vezes se torna vulnerável diante da omissão e da falta de compromisso com a questão indígena”, diz Kemp. 

Indicada para compor a CPI do Genocídio, Antonieta Amorim, destacou que o trabalho será forte para que a paz no campo deixe de ser "utópica" e se torne realidade no que se refere aos conflitos entre índios e produtores. “Vamos buscar alternativas pacíficas com o trabalho da CPI. Vamos ouvir as pessoas que fazem parte desse movimento e realizarmos as oitivas posteriormente. Desde junho venho alertando sobre a gravidade dos conflitos. Estivemos em Brasília conversando com o Ministro da Justiça (José Eduardo Cardozo), mas infelizmente nada foi feito até agora. Por isso a Assembleia tem que se movimentar, não podemos fechar os olhos para essa situação gravíssima que atinge 70 mil índios e também prejudica a classe ruralista que é atividade forte no Estado. Propus uma reunião com a Presidente Dilma para reforçar a necessidade de medidas urgentes, pois o governo federal tem que tomar a responsabilidade para si”, destaca a deputada. 

A abertura da CPI do Genocídio foi solicitada pelo deputado Pedro Kemp, que integra a CPI do Cimi, outra comissão que investiga suspeitas de incitação por parte do conselho, criado pela igreja católica, no Estado, para que ocorram invasões indígenas em propriedades rurais. A equipe de reportagem entrou em contato com os deputados João Grandão (PT), Professor Rinaldo (PSDB), Paulo Corrêa (PR), Mara Caseiro (PT do B), membros da CPI do Genocídio, porém não atenderam as ligações até o fechamento desta matéria.