EDITORIAL - Perdendo mais seguidores que Danilo Gentili, quando abre a boca, Bolsonaro foi considerado pelo "tio sã" mais odiado do mundo, Donald Trump. "muito querido pelo povo brasileiro". A fala risória, foi após o presidente brasileiro, elogiar muito o presidente do Estados Unidos, em encontro em Osaka, no Japão, durante o que seria reunião da cúpula do G-20, grupo formado pelas 20 maiores economias do mundo. Esse é o segundo "romântico" encontro entre Bolsonaro e Trump, o primeiro encontro oficial entre a dupla dinâmica foi em Washington, em março deste ano.
— Ele é um homem especial, está muito bem, muito amado pelo povo do Brasil — disse Trump, afirmando que EUA e Brasil "estão mais próximos do que nunca".
Como sempre, Bolsonaro foi lá e declarou seu amor pela 'pátria americana'. “Interessa e temos prazer de nos aproximar dos EUA”. Acrescentou dizendo sempre ter admirado o americano e reiterando o apoio a sua reeleição, gesto pouco usual na diplomacia e que já havia feito na viagem aos Estados Unidos: — Eu sou um grande admirador há muito tempo, inclusive antes de sua eleição. Eu apoio Trump, apoio os Estados Unidos, eu apoio sua reeleição, reforçou o chefe do administrativo do Brasil.
O presidente é tão "apaixonado" por Trump, que ressaltou as semelhanças entre e eles, e disse que juntos podem fazer muito pelo povo. — O que temos no Brasil, que o mundo não tem, estamos à disposição para conversar com Trump, fazer parcerias e desenvolver nossos países — acrescentou o presidente brasileiro. Só faltou lencinho de boca, pois faca e garfo e Brasil em uma bandeja o presidente dos EUA já tem, declaradamente pelo governo brasileiro.
Não satisfeito com a sua subserviência, Bolsonaro convidou Trump a visitar o Brasil antes ainda da eleição americana se possível, “para mostrar ao mundo que a política do Brasil mudou de verdade”, (risos, aí, mais risos).
Se sentindo a "última wafer do pacote", Trump agradeceu Bolsonaro e disse estar ansioso para a visita, e pontuou que o Brasil é de grande interesse econômico para o EUA. Parece que a interpretação de Bolsonaro não foi boa em relação a fala.
Antes de os jornalistas terem de sair da sala, uma repórter indagou a Trump se o Brasil podia ajudar na guerra comercial entre os EUA e a China.
— Ajudar em quê? — retrucou Trump, que passou a falar de seu encontro com o presidente Xi Jinping neste sábado. — No mínimo, será produtivo, vamos ver o que acontecerá — afirmou, prometendo “um dia muito animador”.
Trump, no seu estilo, relatou que os líderes que conversaram com ele não cessaram de congratulá-lo pelo desempenho da economia americana.
— Estamos indo muito bem — repetiu.
Antes de Bolsonaro, Trump tinha se encontrado com o presidente russo, Vladimir Putin, e um dos temas temas foi a Venezuela. O americano disse que os EUA apoiam o povo venezuelano, usou o que acontece no país para criticar o socialismo e terminou ironizando, dizendo ter ouvido rumores de que o Partido Democrata americano iria mudar o nome para Partido Socialista.
*Fonte: Assis Moreira, do Valor, e agências internacionais