O presidente da Câmara Municipal de Camapuã, vereador Lelis Ferreira da Silva (MDB), solicitou à assessoria jurídica da Casa um parecer sobre a legalidade do pedido de impeachment (impedimento) do prefeito Delano Huber (PSDB), protocolado no início da semana por Orlando Fruguli Moreira, um advogado publico do Município e servidor há mais de 15 anos. O parecer deve ser conhecido na próxima semana.
Lellis é uma das três opções do MDB para disputar a Prefeitura em 2020, juntamente com a vereadora Dra Márcia Pereira e o ex-vereador Manoel Nery Jr. Apesar disso, não se sabe como o presidente do Legislativo se posicionará agora.
Em maio deste ano, quando Huber enfrentou seu primeiro pedido de cassação, a Câmara garantiu seu mandato por cinco votos a quatro. Na ocasião, Lellis e Dra Márcia estavam entre os vereadores que votaram pelo impeachment do prefeito.
Uma grande polêmica prosperou após aquela votação. Muitos camapuanenses questionavam e estranhavam votos de vereadores que foram favoráveis a Huber e, em princípio, tinham um histórico político de posição ou de confronto com o prefeito. Um exemplo é o do vereador emedebista Almir Ávila, cujo partido foi derrotado pelo PSDB de Delano Huber em 2016, numa campanha que expôs a incendiária rivalidade entre as duas agremiações. Há quem explique esse voto com um fortíssimo argumento: o filho do vereador, Almir de Oliveira Ávila Jr, é o secretário municipal do Agronegócio, Meio Ambiente e Empreendedorismo.
Atualmente, está tramitado na Câmara um projeto do Executivo criando cargos em comissão, um deles, segundo fontes da Prefeitur, para abrigar familiar do secretário de Assunts Jurídicos, Wilson Tadeu Lima.
A nomeação de parentes é uma das marcas da administração do prefeito, que apesar das cobranças nacionais contra o nepotismo e das intervenções do Ministério Publico, nomeou a própria esposa, Elaine Huber, para a chefia da Secretaria Municipal de Assistência Social.
SUCESSÃO
Delano Huber ainda não confirmou se vai tentar a reeleição. Se isso ocorrer, conta com o apoio e o envolvimento do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e de sua base aliada na campanha. Ainda não existe definição sobre quem o enfrentará. Porém, alguns nomes ganham evidência a cada dia que se aproxima o ano eleitoral.
Além do trio emedebista Lellis-Márcia-Moysés, a relação das alternativas que vêm sendo comentadas inclui Clodoaldo Miranda, irmão da ex-candidata Andréia Miranda, advogada, servindo atualmente ao governo estadual, e Luiz Gonzaga, que estaria trocando de sigla para garantir sua candidatura, com apoio do deputado federal Beto Pereira (PSDB). Os ex-prefeitos Hugo Bomfim e Marcelo Dualibi, do DEM, não sinalizaram ainda qualquer intenção. O vereador Altimir Chitão (PTB), um antigo pretendente, também faz reservas.