18 de abril de 2024
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VANDER E ZECA

"Com Lula, frente ampla é maior e mais forte para derrotar o fascismo"

Ex-presidente reforça com petistas de MS o apelo por um mobilização não-excludente

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"A ideia dos segmentos que defendem a terceira via na sucessão presidencial com o jargão "nem Lula, nem Bolsonaro" é equivocada ou não tem nada a ver com a luta pela democracia, porque põe na mesma sala um líder democrata e um governante fascista", esta é a leitura do ex-governador Zeca do PT e do deputado federal Vander Loubet, destacada por Lula durante o encontro que tiveram na segunda-feira, 4 de outubro, em Brasília (DF).

O ex-presidente aplaudiu e incentivou a pregação de seus correligionários e amigos em Mato Grosso do Sul, no sentido de não hostilizar qualquer força ou liderança que esteja verdadeiramente determinada em combater ações golpistas ou de inspiração no fascismo.

"Podemos ter e até fazer o debate com o enfrentamento de ideias dentro do nosso campo democrático. Mas não neste momento, quando temos um projeto maior, uma luta com objetivos mais imediatos, que é derrotar o bolsonarismo e o retrocesso", salientou Vander. "A extrema direita se organizou, tem a chave do cofre nas mãos, domina a economia e está demonstrando que não tem limites para impedir que seja derrubada no jogo democrático", completou Zeca.

Lula concordou e disse que só mesmo uma frente das mais amplas e não-excludente terá forças e fôlego para enfrentar e derrotar o projeto de poder do bolsonarismo. "Temos diferenças em nosso campo, algumas bem acentuadas. Porém, precisamos entender que só perdemos hostilizando uns e outros por questões periféricas. Por isso é fundamental que, mesmo sendo atacados, ofendidos ou provocados, tenhamos a capacidade de recusar esse tipo de debate agora, não fazer esse jogo", pontuou Lula.

Para Zeca e Vander, hoje só há um nome em condições concretas de aglutinar a maior e mais representativa frente política e popular para impedir que as forças bolsonaristas permaneçam no poder: o ex-presidente Lula. "Há outros nomes valorosos, homens e mulheres com qualificação política e pessoal para liderar esse enfrentamento. Porém, não há mais tempo para sedimentar outras opções", analisou Vander.

BRECHA

O deputado petista observou que todas as pesquisas de intenção de voto apontam Lula como o preferido da grande maioria: "Sem ele, a disputa muda de desenho, abre até uma brecha para a própria direita capitalizar o vácuo que seria criado, podendo revitalizar Bolsonaro ou uma outra figura com a mesma orientação ideológica".

De acordo com Vander, a proposta do Lula é construir as alianças partidárias da forma mais ampla possível, "fundamentadas em um programa de governo, um compromisso com objetivos e propostas para combater e superar essa dura realidade que o Brasil está vivendo".

Vander, Zeca e Lula constatam que pensam de maneira semelhante e acreditam que a sucessão presidencial será polarizada, porque não há tempo suficiente para que uma terceira via apareça e cresça a ponto de mudar o quadro. Sobre o Estado, o deputado e o ex-governador disseram ter informado Lula sobre as tarefas prioritárias. "Nós já estamos retomando as visitas e as caminhadas, reafirmando o nome do Zeca como pré-candidato a governador e construindo o programa de governo em conjunto com as lideranças e as comunidades", enfatizou. "Também vamos intensificar o diálogo com todas as forças partidárias, para que a gente possa montar não-somente um palanque forte para o Lula, mas uma aliança forte contra o Bolsonaro", concluiu.