17 de abril de 2024
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Delcídio revela em suposta delação envolvimento de Aécio e Renan em esquema de corrupção

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As informações sobre um suposto acordo de delação premiada feito pelo senador de Mato Grosso do Sul Delcídio do Amaral (PT) continuam se espalhando nas mídias. Desta vez, Delcídio teria citado o nome de cinco senadores que estariam envolvidos em esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro, entre eles o presidente da Casa Renan Calheiros (PMDB-AL) e Aécio Neves (PSDB-MG).

Os outros nomes seriam de Romero Jucá (RR), segundo vice-presidente do Senado; Edison Lobão (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia; e Valdir Raupp (PMDB-RO). Renan, Jucá, Lobão e Raupp já são formalmente investigados em inquéritos da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo informações esses nomes foram citados por Delcídio enquanto o senador esteve preso preventivamente em Brasília, pois o acordo de delação que teria sido firmado junto à Procuradoria Geral da República (PGR) ainda não foi homologado pelo STF.

Delcídio narrou episódios referentes a colegas de Senado. Sobre Renan, ele confirmou a atuação do deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) em nome do senador. Inquéritos na Lava-Jato apuram essa relação. No caso de Aécio, as citações de Delcídio dizem respeito à atuação do tucano numa Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), cujo detalhamento continua em sigilo.

Um processo de cassação foi aberto no Conselho de Ética da Casa para tirar Delcídio do senado, se for cassado, ele perde o foro privilegiado e passa a ser investigado pela Lava-Jato na Justiça Federal em Curitiba. Mesmo sabendo dessas informações o senador fez acusações contra seus colegas.

De acordo com informações do jornal O Globo, a assessoria de Renan sustentou que “nunca autorizou, credenciou ou consentiu que seu nome fosse utilizado por terceiros”. A assessoria de Aécio disse que o senador se manifestará “quando tiver informações mais concretas”. A assessoria de Jucá informou que ele não comenta citações em documentos aos quais não tem acesso. Raupp criticou a forma como vêm sendo conduzidas as delações na Lava-Jato. “Minha relação com Delcídio nunca passou da relação no Congresso. Os delatores estão ficando loucos, falam qualquer coisa para sair da cadeia. Para citar meu nome, ele deve estar delirando. Se falou meu nome para além das relações no Congresso, mentiu”.

O advogado de Lobão, Antonio Carlos de Almeida Castro, admitiu que conhecia a citação. “Até agora, todas as citações nas delações não o incriminam. Citam o nome dele, imputando conversas sobre campanhas eleitorais. Não vejo imputação de crime nisso”, afirmou Castro.

Já o advogado de Delcídio, Antonio Figueiredo Basto, voltou a negar o conteúdo. “Nego o conteúdo e a origem da delação. Não há citação a nenhum senador, desconhecemos. Não reconhecemos nenhum documento que está sendo divulgado. Estão divulgando documentos falsos, de origem desconhecida e manipuladora”.

Prisão de Delcídio

O líder do governo no Senado, senador sul-mato-grossense, Delcídio do Amaral (PT), foi preso dia 25 de novembro  pela Polícia Federal em Brasília. Delcídio foi preso no hotel Golden Tulip, onde mora em Brasília. Esta é a primeira vez que senador em exercício de mandato é preso. A PF também faz buscas no Rio de Janeiro e em São Paulo. O pedido de prisão foi efetuado pelo MPF (Ministério Público Federal) e autorizado pelo STF (Supremo Tribunal Federal). 

De acordo com PF, o senador foi preso por estar atrapalhando investigações da Operação Lava Jato. Segundo a assessoria de Delcídio, o senador foi conduzido de forma coercitiva para prestar depoimento. 

Informações preliminares apontam que o petista teria tentado impedir a delação premiada de Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da Petrobras, sobre uma suposta participação de Delcídio em irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.