28 de março de 2024
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Dilma acusa oposição de 'violência' e diz que 'não vai permitir que democracia seja manchada'

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Esta semana foi conturbada politicamente para presidente Dilma Rousseff (PT). Na terça-fira (29) depois do desembarque do PMDB do Governo, o Planalto deu início a uma verdadeira operação de busca de votos contrários ao impeachment chamada nos bastidores de "Operação Varejo".

Mesmo com ministros do PMDB insistindo em permanecer com seus ministérios, Dilma começou a oferecer cargos do segundo escalão que pertencem ao PMDB a partidos pequenos na tentativa de ampliar base de apoio e suprir a falta dos votos dos 68 deputados e 18 senadores. Embora presidente desfrute do apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros, o rompimento do PMDB desestabilizou por completo o governo também no Senado.

Na iniciativa de trazer novos aliados e retaliar o PMDB, a presidente exonerou 220 funcionários nomeados em cargos de confiança indicados pelo PMDB no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). 

Paralelo a isso, começaram esta semana as oitivas com indicados para apresentar defesa da presidente Dilma Rousseff. Se por um lado, na Câmara, ministros defendem que não houve crime de responsabilidade fiscal, que foi base para pedido de impeachment, por outro Dilma tem usado agendas públicas para discursar contra o que a presidente e aliados consideram 'golpe à democracia'.

Durante evento com sindicalistas na sexta-feira (1), Dilma afirmou que democracia no Brasil está 'ameaçada'. Em discuso, a presidente criticou a oposição por agir sem critérios de forma violenta à democracia brasileira. A presidente tem ainda a próxima semana para se defender na comissão especial que avalia pedido de impeachment, que se for aprovado por um terço dos deputados, 342 votos, tem de ser ainda referendado pelo Senado. 

“Hoje, precisamos nos manter vigilantes e oferecer resistências às tendências antidemocráticas e às provocações. Nós não defendemos qualquer processo de perseguição de qualquer autoridade porque pensa assim ou assado. Nós não defendemos a violência. Eles [os opositores] defendem. Eles exercem a violência. Nós, não. Sem democracia, a estrada das lutas pela igualdade, contra o preconceito será muito mais difícil. Por isso, nós não vamos permitir que nossa democracia seja manchada”, disse Dilma, que enfrenta um processo de impeachment na Câmara dos Deputados.