28 de março de 2024
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2020

Disputa para companhia de chapa com Marquinhos já saiu dos bastidores

No PSDB, Assis e Rocha estão cotados para disputar a indicação do partido

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Com sua candidatura pela reeleição aguardando apenas a abertura oficial do calendário eleitoral em 2020, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) carrega consigo, e de forma total e absolutamente reservada, a ideia sobre como encaixar os predicados no melhor perfil para a composição de sua chapa. Ele pode formar uma chapa pura, e então escolher um vice dentro do próprio PSD, ou optar pelo nome indicado por um dos partidos com os quais fará ou pode fazer aliança, entre os quais o PSDB.

Em princípio, cabe reconhecer que o cargo é interessante por aspectos efetivos, sobretudo porque trata-se do primeiro reserva na ordem sucessória em caso de vacância temporária ou definitiva do titular. É uma constatação óbvia o fato de que ser vice-prefeito ou vice-prefeita de Campo Grande reveste-se de uma importância política singular para qualquer currículo e projeto na vida publica estadual. Por isso, alguns candidatos a essa investidura já estão com seus nomes na ordem-do-dia, uns mais reservados, outros em franca busca de visibilidade.

Das opções mais citadas pela mídia e nos circuitos políticos, dentro da restrita prateleira de alternativas tucanas no caso de coligação com o PSD, se sobressaem dois nomes: o de Carlos Alberto Assis, atual chefe de gabinete do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e ex-secretário de Administração, e João Rocha, vereador em terceiro mandato e presidente reeleito da Câmara Municipal. O primeiro já vem dando as caras há algum tempo e o segundo prefere caminhar à mineira, sem estardalhaço.

Há quem se arrisque a afirmar que o governador já tem sua preferência e que as lideranças do PSDB sabem ou deduzem qual é. Isso, porém, é um mero exercício especulativo. Azambuja não dá pistas sobre quem indicaria se eventualmente fosse instado pelo partido a cumprir o papel. Assis e Rocha gozam de bom trânsito interno e circulam com igual desenvoltura em outros terrenos partidários, ideológicos e sociais.

A diferença mais gritante entre ambos, hoje, é a intensidade com que cada um vem tratando a possibilidade de figurar como candidato a vice-prefeito caso se confirme a coligação entre o PSD e o PSDB. Assis aparece mais, não na visibilidade midiática, mas na distribuição de sua presença pelos diferentes cenários sociais da capital. É assíduo nos torneios esportivos e nas atividades dos bairros, confraternizações e eventos diversos.

Com a mesma assiduidade ele vem freqüentando o cotidiano operacional da administração de Marquinhos Trad e registra essa participação em vídeos e nas redes sociais, principalmente na inauguração ou execução de obras da Prefeitura em parceria com o Estado. No último final da semana, por exemplo, ele estava fazendo companhia ao prefeito no Bairro Aero Rancho, aonde se realizava uma competição esportiva envolvendo as organizações comunitárias locais.

Semelhante direito de pleitear a indicação partidária assiste João Rocha. Entretanto, sequer um comentário sobre tal intenção sai de sua boca. Ele sabe que está entre os nomes de ponta que serão colocados à disposição dos dirigentes e da militância tucana quando chegar a hora das definições para a campanha eleitoral. Entre seus predicados de maior relevância constam

Se de um lado Assis procura se fortalecer no painel de uma interessante ciranda de inserção popular, Rocha tem a seu favor um diferencial político também a ser considerado: a liderança que exerce junto à base aliada no Legislativo, notadamente quando se considera que, dos 29 vereadores, ao menos 23 perfilam no bloco de sustentação governista. Nesse contexto, são quatro ou cinco partidos que podem manifestar-se pela reeleição de Marquinhos Trad.

Assim, em igualdade de condições, Assis e Rocha continuarão no tabuleiro de uma disputa interna que é aberta a todos os filiados e deve ser processada sempre de acordo com os estatutos e regimentos democráticos da política e da disciplina do PSDB. Ao mesmo tempo, pelo papel que já exerceram na história da legenda, nas vitórias de Azambuja e na costura de apoios aos governos municipal e estadual, estarão a postos para, se for o caso, cumprirem papéis semelhantes na construção de uma chapa coligada com outro partido, afastando a hipótese de um vice tucano e abrindo espaço para outras forças.