19 de abril de 2024
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Dourdos: Murilo dá o empurrão e oposição derruba grupo de prefeita

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Com os votos providenciais de dois vereadores que seguem a liderança do ex-prefeito e vice-governador eleito Murilo Zauith (DEM), a chapa liderada pelo democrata Alan Guedes alcançou 10 dos 19 votos disponíveis na sessão de ontem (quinta-feira, 13) e impôs a maior derrota até agora à prefeita Délia Razuk (PR) em seus dois primeiros anos de mandato. Restariam à outra chapa apenas nove votos, basicamente do grupo fiel à prefeita.

Numa das nais tumultuadas disputas da história da cidade, a segunda maior do Estado, a eleição aconteceu em meio a turbulências provocadas por operações policiais de combate à corrupção. Nos últimos 100 dias foram presos quatro vereadores, um ex-vereador e diversos agentes publicos municipais do Executivo e do Legislativo. As denúncias do Ministério Publico os incriminam em crimes como fraude em licitações e pagamento de propina.

Três sessões haviam sido convocadas para a eleição da Mesa Diretora, mas só foi realizada na quarta tentativa. Na primeira e na segunda o bloco governista boicotou, ausentando-se do plenário, porque três vereadores tinham sido presos e entre eles estavam os candidatos à presidência da Mesa, Pedro Peppa (DEM) e pastor Cirilo (MDB), ligados a Délia. Os governistas alegaram que só votariam depois que a Mesa acatasse o pedido para assegurar a elegibilidade dos candidatos presos.

Na terceira tentativa, a sessão foi suspensa pela Justiça, que exigia da direção da Casa a resposta ao pedido de reconhecimento da chapa com os presos ou a convocação dos suplentes. E foi uma decisão judicial que permitiu à Casa realizar a eleição, depois de anular as candidaturas de Pepa e Cirilo, convocando seus suplentes, Toninho Cruz (PSB) e Marcelo Mourão (DEM), ambos murilistas. O terceiro que estava preso, Idenor Machado, já tinha sido substituído pelo suplente Maurício Lemes (PSB).

As mudanças e a nova conjuntura criada depois da prisão dos vereadores deram à chapa de Guedes as condições para ampliar a participação de vereadores que não seguem a influência governista. Com a investidura dos murilistas, a receita para garantir o triunfo ficou completa. Na composição vitoriosa da Mesa, o vice-presidente é o petista Elias Ishi, o primeiro-secretário Sérgio Nogueira (PSDB) e a segunda-secretária a atual presidente, Daniela Hall (PSD). 

 CONTRAPESO - Para Délia Razuk, o ano político terminou com uma complicação extra e torna ainda mais complexo o desafio que enfrentará em 2019 e 2020. Além de seu apoio à reeleição de Reinaldo Azambuja (PSDB) não ter sido suficiente para dar ao governador a supremacia das urnas em Dourados, onde o vitorioso na sucessão estadual foi o candidato do PDT, juiz Odilon Ribeiro, a prefeita acaba de perder uma disputa estratégica na Câmara. 

A derrota tira de Délia Razuk o controle político do Legislativo e fortalece ainda mais o bloco  de vereadores sobre os quais não exerce total influência para avançar todos os projetos de seu interesse. Como compensação resta a satisfação de ter emplacado o voo eleitoral do filho, Neno Razuk (PTB), que conquistou uma vaga na Assembleia Legislativa.