25 de abril de 2024
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Em manifesto ao STF, Janot diz que Delcídio 'não mede as consequências para atingir fins ilícitos'

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Argumentos expressos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot foi decisivo para que ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), relator da Operação Lava Jato na Corte,  Teori Zavascki indeferisse, na semana passada, o pedido de revogação da prisão do senador Delcídio do Amaral (PT).  No documento encaminhado ao Supremo, Janot solicita a permanência do petista na prisão sustentando que o ex-líder do governo no Senado é um “agente que não mede as consequências de suas ações para atingir seus fins espúrios e ilícitos”, diz Janot em seu manifesto.

Na decisão, Teori Zavascki, aceitou os argumentos de Janot no dia 17 de dezembro, mantendo decreto de prisão preventiva de Delcídio. Procurador manifestou-se nos autos do requerimento da defesa de Delcídio que pedia a revogação da prisão cautelar do senador. “Há se compreender que este tipo de agente criminoso, violando de forma grave as funções relevantíssimas que lhe foram confiadas pelo voto popular, não media esforços para atingir os fins ilícitos,” ressalta no documento.

De acordo com Janot, caso petista tivesse liberdade de volta, com as mesmas atitudes que o levaram à prisão. “Certamente assim continuará, já deixou bem claro seu modo de atuação.” Procurador alertou para a ‘ganância (de Delcídio) em ter recursos desviados dos cofres públicos para interesses exclusivamente privados’.

Nas argumentações, Rodrigo Janot evidencia ‘influência direta’ de Delcídio na Petrobrás. “Os documentos apreendidos em seu poder comprovam que ele tinha ingerência nos quadros respectivos. Foram encontradas diversas anotações referentes a pessoas que deveriam ou não deveriam ocupar cargos na estatal, além de diversos documentos relativos à sua reestruturação”

Senador  preso dia 25 de novembro pela Polícia Federal sob suspeita de atrapalhar investigações da Operação Lava Jato, supostamente planejando a fuga de Nestor Cerveró com medo da delação premiada que o ex-diretor da área Internacional da Petrobrás estava para fechar com a Procuradoria – o acordo foi assinado no dia 18 de novembro.

De acordo com investigadores, aliado ao banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, Delcídio pretendia financiar as despesas de Cerveró e de sua família. O ex-diretor foi preso em janeiro por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema instalado na estatal petrolífera entre 2004 e 2014.