19 de abril de 2024
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'BRASIL QUEBRADO'

Guedes quebra férias para reunir-se com Bolsonaro e outros dezesseis

Sem pauta, ministros e presidente da Caixa Econômica vão ao Palácio do Planalto na manhã dessa quarta

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Confronto é palavra de ordem do governo Bolsonaro, que contradiz seus ministros e ataca a mídia quase que diariamente enquanto deixa seu trabalho incompleto. Após o atual presidente dizer a apoiadores que o Brasil está quebrado, Paulo Guedes, ministro da Economia que estava de férias oficiais até a sexta-feira (08.dez.2020), interrompeu seu descanso para ir a uma reunião convocada por Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto, ao lado de outros 16 ministros.

Segundo informações de Ana Flor, jornalista que acompanha os bastidores do poder em Brasília pela Globonews, a reunião iniciou por volta de 08h (pelo horário da Capital Federal), e não estava na agenda do Presidente. Com Bolsonaro, estavam presentes os ministros:

  • Paulo Guedes (Economia)
  • Braga Netto (Casa Civil)
  • Eduardo Pazuello (Saúde)
  • Fernando Azevedo (Defesa)
  • Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional)
  • Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União)
  • Onyx Lorenzoni (Cidadania)
  • Ernesto Araújo (Relações Exteriores)
  • Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura)
  • Tereza Cristina (Agricultura)
  • Milton Ribeiro (Educação)
  • Bento Albuquerque (Minas e Energia)
  • Fábio Faria (Comunicações)
  • Gilson Machado (Turismo)
  • Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos)
  • Pedro Cesar Nunes Ferreira Marques de Sousa, (interino da Secretaria-Geral da Presidência)
  • José Levi (Advocacia-Geral da União)

Sem uma pauta definida para o encontro no Palácio do Planalto, que contou ainda com a presença de Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica, a evidência é que novamente a economia e alegação da falta de dinheiro serão o norte. Conforme informou o portal G1, a interpretação feita pela equipe econômica é de que não há recursos para tudo que o governo gostaria de fazer em termos de gastos públicos.

Especialistas do cenário político e economistas apontam que a afirmação de Bolsonaro, de país quebrado, não tem relação com o atual momento do país, tendo em vista que não há interrupção na captação de dinheiro. 

'INVESTIMENTO PESSOAL'

Diante disso, como presente de Natal (em 24.dez.2020), Bolsonaro criou sua primeira estatal, indo na contramão da promessa de privatizar as já existentes. Capitalização de estatais é uma forma de aporte de recursos, não limitada pelo teto de gastos. A NAV Brasil ficará encarregada do controle da navegação aérea no país e, além dela, a Alada- Empresa de Projetos Aeroespaciais do Brasil S/A, deve ser a nova criação por recomendação do Gabinete de Segurança Institucional.

Vale ressaltar que o presidente ainda colocou quase oito bilhões (R$ 7,6 bi) em outra estatal militar, a Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron), vinculada à Marinha do Brasil e ao Ministério da Defesa. 

Dessa última ação, em junho do ano passado o Tribunal de Contas da União (TCU) avaliou como irregular o investimento, destinado para a compra de quatro fragatas classe Tamandaré (navios de guerra). Segundo o ministro relator, Bruno Dantas, foram emitidas 14 ressalvas, sendo sete irregularidades; seis improbidades e uma distorção, incluindo mais 21 recomendações e sete alertas sobre movimentos que afrouxam as regras fiscais, descumprindo o teto de gastos.