20 de abril de 2024
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TRIBUTO

Homenagem a Glorinha é destaque cultural nos 121 anos da Capital

Em sessão de drive-thru, agendada para o próximo dia 25 – véspera da data de fundação de Campo Grande

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Uma das intelectuais mais completas e comprometidas com a cultura universal em Mato Grosso do Sul será homenageada durante as celebrações pelo 121º aniversário da Cidade Morena. Em sessão de drive-thru, agendada para o próximo dia 25 – véspera da data de fundação de Campo Grande -, a memória e um pouco da intensa trajetória de Maria da Glória Sá Rosa estarão sendo exibidas na tela do autocine da Universidade Federal (UFMS) com imagens e relatos que em 15 minutos vão ilustrar o primeiro ato de lançamento do livro “A Glória Desta Morena”.

Organizada pela professora, escritora e presidenta da UBE-MS (União Brasileira de Escritores de Mato Grosso do Sul), Sylvia Cesco, a pedido de Valter Jeronymo, da Editora Life, a obra reúne alguns textos inéditos de Glorinha, juntamente com artigos, contos e crônicas de 38 autores de Mato Grosso do Sul ou com atuação no Estado. A iniciativa tem apoio da Secretaria Municipal de Turismo e Cultura (Sectur), cujo titular, Max Freitas, recentemente conversou com Sylvia Cesco e Valter Jeronymo, para tratar do lançamento da obra e de outros eventos na agenda artístico-cultural.

Professora universitária, escritora, pesquisadora e gestora, Glorinha morreu aos 88 anos em 28 de julho de 2016, após sofrer um acidente vascular cerebral. Cearense de Mombaça, ao mudar-se para Mato Grosso do Sul plantou em chão guaicuru suas novas e perenes raízes de vida. Lecionou Literatura e História da Arte na UFMS e também foi professora de Inglês e Espanhol em escolas secundárias e de curso superior. Incansável, hiperativa e intensa em tudo que fazia, dedicou-se a diferentes desafios das artes e da cultura com singular capacidade.

TAREFA PRAZEROSA

Para fazer retratos memoriais desta grande dama da cultura, a tarefa é das mais complexas e exaustivas, embora prazerosa. Sylvia Cesco, uma das amigas de Glorinha, conta que levou mais de um ano para organizar o livro e atender ao pedido da Editora Life. Os textos inscritos nesta obra literária são de escritores que não se enquadram no gênero da poesia, “uma área na qual a mestra não navegava como autora”.

Glorinha exerceu com frutíferos desempenhos funções estratégicas em cargos públicos e colegiados estaduais: presidiu o Conselho e a Fundação de Cultura, foi adjunta da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e superintendente da Secretaria de Cultura e Esportes.

Deixou várias obras publicadas, entre as quais “Estudo Sobre Guimarães Rosa” (1967); “Análise Estrutural do Romance” (1971); “O Romance Brasileiro Atual: Realismo Mágico e Realismo Mimético” (1976); “Análise Interpretativa do Conto Casa de Bronze, de João Guimarães Rosa” (1974); “Memórias da Cultura e da Educação em Mato Grosso do Sul”; “Deus Quer, o Homem Sonha, a Cidade Nasce - Campo Grande: Cem Anos de História”; “Crônicas de Fim de Século – 2001”; “Contos de Hoje e Sempre - Tecendo Palavras”; “Artes Plásticas em Mato Grosso do Sul” (em parceria com Idara Duncan e Yara Penteado); “A Música de Mato Grosso do Sul”, (com Idara Duncan, de 2009); e “A Literatura Sul-Mato-Grossense na Ótica de Seus Construtores” (2011, em parceria com Albana Xavier Nogueira).